
A pressão de ambientalistas sobre os polítcos tem dado resultado, mesmo a um custo muito alto. Depois de apresentar os modelos de distribuição e construção civil na Europa (leia sobre isso no final deste texto), a Volvo promove demostração de modelos pesados nos Estados Unidos.
Os caminhões são do modelo Volvo VNR Elétrico e serão colocados em operações comerciais reais em duas das principais transportadoras da Califórnia: a Dependable Supply Chain Services e a NFI. Na América do Norte, o Volvo VNR Elétrico se tornará o modelo de caminhão ideal para curtas distâncias e trajetos regionais em distribuição urbana pesada, transporte de contêineres e outras aplicações em que veículos elétricos terão um forte progresso inicial.
Por custarem muito caros, de três a cinco vezes o valor de um modelo similar a diesel, os fabricantes não revelam os preços reais desses caminhões elétricos. Sabe-se que o investimento no projeto dos Estados Unidos está sendo de US$ 90 milhões, sendo US$ 36 milhões saídos do caixa da Volvo. O projeto lá envolve 15 parceiros públicos e privados.
“O projeto Volvo Lights demonstra que, para todo o empreendimento funcionar, é necessário mais do que somente o caminhão. É preciso um ecossistema completo para emissões zero em transportes pesados”, diz Peter Voorhoeve, presidente da Volvo Trucks North America. “Só é possível realizar isso tendo uma meta comum, a colaboração totalmente integrada entre todas as partes interessadas e, todos juntos, concordarem em ser pioneiros”, destaca Peter Voorhoeve, presidente da Volvo Trucks North America.
A Volvo Trucks iniciará a primeira fase de produção em série e oferta comercial do Volvo VNR Elétrico nos Estados Unidos no final deste ano
Leia abaixo sobre os modelos Volvo elétricos na Europa:
Todos fabricantes de veículos estão na corrida para desenvolver veículos elétricos. A Volvo Trucks, que já iniciou a venda de modelos para entregas urbanas, mostra mais modelos conceitos para o transporte regional e de construção civil.
“Vemos um forte potencial para caminhões pesados elétricos no transporte regional e em aplicações de construção civil, no longo prazo. Nossa intenção com estes caminhões- conceito é explorar e demonstrar diferentes soluções para o futuro, ao mesmo tempo em que avaliamos o interesse do mercado e da sociedade. Para fazer frente à demanda por caminhões elétricos a infraestrutura de recarga precisa ser rapidamente expandida, ao mesmo tempo em que devem ser criados incentivos financeiros para as transportadoras que queiram ser pioneiras na opção por veículos com pegadas ambientais e climáticas menores,” declara Roger Alm, presidente da Volvo Trucks.
Sem emissões: será?
Os fabricantes de veículos dizem que os veículos elétricos emitem zero poluentes, algo que não é tão verdadeiro. É correto dizer que são mais amigáveis com o meio ambiente em relação aos modelos movidos por combustíveis fósseis.
A produção de baterias não é nada ecológico, pois o lítio usado nela tem métodos de extração prejudicial ao meio ambiente, como o uso de muito água e um custo elevado. Além disso, o lítio é um mineral importante para indústria farmacêutica e a sua crescente demanda para a produção de baterias está fazendo ele aumentar de preço, o que, vai impactar o custo de vida das pessoas dependentes de medicamentos que demanda o material.
A maior parte da produção de energia elétrica no mundo também provoca poluição e algum dano na natureza. Mesmo no caso do Brasil, que tem potencial enorme de energia produzida em hidroelétricas não é totalmente ecológico.
Baixo ruído
Aqui sim está um benefício concreto, principalmente, em caminhões que rodam dentro de cidades, podendo atuar em horários noturnos. Porém, não pode ser totalmente silencioso, pois a ausência de ruído pode aumentar o número de atropelamentos, principalmente, de pessoas com problemas de audição. No mais, grande parte do ruído de veículos automotores é provocado pelo atrito dos pneus com o pavimento, o que não se altera em modelos elétricos.
Distribuição regional
Muitos caminhões são utilizados para distribuição regional, ou seja, entre cidades próximas, como ocorre entre São Paulo, Campinas, Santos etc. Caminhões leves e semipesados são os mais usados para esse tipo de transporte.
Na Europa, como as cidades são planejadas para ter, em média, 1 milhão de habitantes — acima deste número fica difícil administrar abastecimento e trânsito —, o número de cidades de médio porte é muito grande, o que faz a demanda por distribuição regional bastante alta.
Segundo Lars Mårtensson, diretor de meio ambiente e inovação da Volvo Trucks, o transporte regional na Europa existe um número imenso de caminhões, cobrindo uma média anual de 80.000 km. O executivo confirma que, para o ganho ambiental, é necessário que a energia elétrica seja isenta de combustíveis fósseis. Ou seja, países que usam termoelétrica com combustíveis poluentes precisam resolver este problema
Desafios futuros
O plano futuro da Volvo Trucks para caminhões pesados elétricos na construção civil e na distribuição regional é começar com clientes selecionados na Europa, com um número limitado de veículos. A venda mais ampla terá início mais à frente.
“A velocidade da eletrificação dependerá de uma série de fatores. Por um lado, existe a necessidade de uma forte expansão da infraestrutura de recarga. Por outro, é preciso assegurar-se que as redes de energia regionais consigam proporcionar capacidade de transferência suficiente no longo prazo. Também são necessários incentivos financeiros para levar mais transportadores a investirem em veículos elétricos. Os embarcadores também podem contribuir, oferecendo contratos mais longos e remunerando mais por transportes sustentáveis. Muitas transportadoras operam com margens muito pequenas e, sendo assim, todo novo investimento precisa ser rentável,” explica Mårtensson.
Motores a combustão ainda têm futuro
Em paralelo à crescente eletrificação do setor de transportes, a melhoria contínua dos motores a combustão em caminhões continuará a desempenhar um papel-chave no transporte de longa distância, por muitos anos.
“Os motores atuais dos caminhões são eficientes conversores de energia que podem operar com diesel ou diferentes combustíveis renováveis, como biogas liquefeito ou HVO. A tecnologia ainda apresenta potencial para futuros desenvolvimentos,” declara Mårtensson.
Caminhão autônomo Volvo Vera começa primeira operação real
Existem duas realidades que vão dificultar o transporte repetitivo no futuro: operações extramente cansativas para os motoristas e pessoas que não estarão dispostas a fazerem tais operações. Por isso, as montadoras trabalham com o desenvolvimento de caminhões autônomos para rotas em ambientes confinados. São veículos ainda caros hoje e que algumas empresas estão dispostas a pagar pensando no retorno de longo prazo ou como solução para a falta de mão de obra.
Para esses problemas que a Volvo desenvolveu o Vera, um veículo autônomo e elétrico para curtos percuros, repetitivos e com velocidade limitada a 40 km/h.
O Vera é conectado ao sistema de logística da empresa. A primeira experiência, logicamente em País com recursos para investir em uma canta alta, é em uma solução integrada para transportar mercadorias entre um centro de logística e um terminal portuário em Gotemburgo, na Suécia. Esta primeira operação faz parte de um acordo firmado entre a Volvo Trucks e a DFDS, empresa de balsas e logísticas.
O objetivo é ter um sistema conectado que consiste em vários veículos Vera monitorados por uma torre de controle. Isso vai permitir um fluxo de transporte contínuo e constante. No caminhão convencional, há as limitações naturais do ser humano e seus custos, sendo o maior os de impostos trabalhistas pagos aos governos.
A colaboração com a DFDS é um primeiro passo para implementar o caminhão nível 5 de automação (veja os 5 níveis em link no final deste texto) em uma operação de transporte real em estradas públicas, predefinidas dentro de uma área industrial.
À medida em que a Volvo Trucks ganhe mais experiência, o VERA terá potencial para operar em aplicações semelhantes, como complemento às soluções de transporte atuais. “Transportes autônomos com baixos níveis de ruído e zero emissões de escape têm um papel importante a desempenhar no futuro da logística e beneficiarão tanto empresas quanto a sociedade. Vemos essa colaboração como um começo importante e queremos promover o progresso nessa área. O VERA pode ter um limite de velocidade, mas nós não. Os testes já vão começar e nossa intenção é implementar a solução nos próximos anos”, acrescenta Mikael Karlsson, vice-presidente de soluções autônomas da Volvo Trucks.
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