As grandes cidades sul-americanas apresentam necessidades e desafios no transporte de passageiros muito similares, fazendo com que, as trocas de experiências sejam válidas e bastante úteis. Pensando nisso, a Scania promoveu em Buenos Aires, na Argentina, o 1º Fórum de Transporte Sustentável. A convite da empresa, a TRANSPORTE MUNDIAL foi ao evento conferir o debate. Confira os principais assuntos e ideias apresentadas:
A sustentabilidade atualmente é tema central em todos os fabricantes de veículos e a Scania trabalha para ser reconhecida como líder no transporte terrestre sustentável, mas sem que esse objetivo seja prejudicial a lucratividade dela e dos clientes dela. “Sustentabilidade sem rentabilidade é um conceito romântico, não funciona”, disse Andrés Leonard, diretor geral da Scania Argentina na abertura do Fórum.
“O transporte de carga e pessoas é responsável por 12% das emissões de CO2. Portanto, se somos parte do problema, queremos ser parte da solução”, acrescenta o executivo que falou para uma plateia de empresários, agentes públicos e jornalistas de diversos países da América do Sul.
O fim do motor diesel até 2050
A empresa, no março deste ano, já havia assumido um compromisso público. Até 2025 ela quer diminuir em 50% emissões de CO2 em suas operações logísticas e também que 50% dos veículos produzidos em suas fábricas sejam movidos por energias mais limpas. E, para 2050, a meta é que 100% dos caminhões e ônibus fabricados por ela sejam com motores alimentados por combustíveis limpos. Portanto, ela já decretou o fim do motor a diesel para ocorrer dentro de 32 anos. Até lá, acredita-se que os veículos elétricos para longas distâncias estão bem resolvidos, o que não é possível hoje devido às limitações das baterias.
Hoje, o motor diesel ainda tem papel fundamental para veículos comerciais pesados e de longa distância, mas mesmo, mesmo este tipo de motor ainda pode ser aperfeiçoamento em sua eficiência. Andrés Leonard lembra que um motor diesel fabricado em 2018 consome 15% menos diesel quando comparado com um de 2010.
Gás natural
O tema central do Fórum foi sobre as alternativas tecnológicas em conformidade com as possibilidades de produção de energia locais, já que o portfólio de soluções global é bastante amplo e cada região do planeta terá de escolher as mais viáveis do ponto de vista da disponibilidade e da realidade econômica.
Por exemplo, Argentina é um país muito rico em gás, assim, os fabricantes e operadores de transportes conta com uma boa notícia. Os motores a gás de hoje estão muito mais modernos do que os de 30 anos atrás. Eles entregam a mesma potência e torque dos motores a diesel. A mesma solução poderá atender os interesses do Brasil caso os investimentos na produção e na infraestrutura de gás sejam realizados.
A possibilidade do uso do gás liquefeito e a viabilidade na construção de postos de abastecimento desse tipo de gás abrem expectativas para substituição dos caminhões e ônibus rodoviários a diesel por um combustível renovável e mais limpo, além da redução do custo por quilômetro rodado em até 20%.
Emissão quase zero
Hoje, 100% dos motores a gás produzidos pela Scania no mundo são Euro 6, a legislação atual e mais exigente em termos de emissões de poluentes e ruídos do mundo. E, um veículo a gás abastecido com biometano tem as emissões de particulados e outros poluentes muito próximo a zero. No caso de ruído, a redução é de 80 dB para 74 dB.
Na Argentina, o metro cúbico do gás é três vezes mais barato do que no Brasil. Portanto, para convencer empresários de transportes a investirem nessa tecnologia, empresas do setor de gás e governos vão precisar serem mais transparentes e seguros sobre a garantia na produção e na política de preço desse combustível. Nesse ponto, a Argentina está melhor resolvida e desenvolvida.
A eletrificação dos chassis de ônibus também foi apresentada como uma alternativa viável, desde que a produção da energia elétrica também seja de fontes limpas, como placas solares e eólica.
Ao longo desta semana, vamos atualizar este artigo e publicaremos outras reportagens sobre transporte sustentável.
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