ducato 2018

A geração atual do Fiat Ducato fez, em janeiro deste ano, um ano de lançamento no mercado brasileiro. Após este primeiro aniversário, como foi o seu desempenho diante de um mercado muito mais competitivo do que antes? O que pode mudar e qual a expectativa para 2019? Para responder estas perguntas, entrevistamos o gerente de marketing da Fiat Profissional, divisão do FCA Group para veículos comerciais, Juliano Rossi Machado.

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Juliano Rossi Machado, gerente de marketing da Fiat Profissional

Nesses últimos anos, o segmento de veículos utilitários passou por transformações. Concorrentes como Renault e Mercedes-Benz ficaram sozinhos e novos concorrentes chegaram. A Iveco aproveitou que o Ducato não era mais produzido em sua fábrica em Sete Lagoas (MG) e se sentiu à vontade para lançar o Iveco Daily City, exatamente no nicho de mercado que o Ducato atuava.

Expectativa vs. realidade

Nesta nova realidade de mercado, a projeção de vendas na ocasião do lançamento em 21 de janeiro de 2018 foi de 5 mil unidades. Encerrada o ano, o modelo emplacou 3.029 unidades.

Segundo Juliano Machado, o ano de 2018 foi um período de aprendizado, principalmente, para acertar o mix de configurações, algo mais complexo quando se importa do que quando o Ducato era produzido em Minas Gerais (de novembro de 2000 até dezembro de 2016).

Como os veículos vêm do México, a programação da produção requer um tempo maior entre o pedido e a chegada nas concessionárias.

A fábrica mexicana do grupo FCA produz outros veículos comerciais para abastecer os Estados Unidos. Além disso, há o tempo de viagem de navio de 45 dias entre o México e o porto do Rio de Janeiro.

Mix de versões

Por isso, teve versões do Ducato Minibus que estavam disponível para vender somente a partir do meio do ano. Isso porque o veículo vem como furgão e é no Brasil que é feita a montagem de bancos e demais equipamentos para ser configurado como van de passageiro.

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Fiat Ducato chassi cabine

Além disso, descobriu-se que vender chassi cabine é mais difícil do se imaginava e de que a demanda por furgões foi maior do que o planejado. O estoque de Ducato Cargo esgotou em novembro do ano passado.

Portanto, se para a linha 2018 foi planejado 50% da importação da versão Minibus, 40% Cargo e 10% chassi cabine, para 2019 manteve 50% para Minibus, mas aumento a quantidade de Cargo (45%) e reduziu a quantidade de chassi cabine (5%).

“A configuração chassi cabine é um produto mais voltado para São Paulo. Não há muita experiência com este tipo de produto em outras regiões do País, pois a rede de concessionária Fiat estava acostumada a vender furgões e minibus”, explica.

“Teve caso de vendedor ter tentado emplacar chassi cabine antes do veículo ter a carroceria, porém, o Detran só emplaca este tipo de veículo depois da carroceria instalada. Estamos trabalhando bastante o treinamento da rede”, acrescenta.  

Outros fatores que tornam o segmento de chassi cabine desafiador é a alta concorrência, pois as marcas sul-coreanas Hyundai e Kia são bastante agressivas em preço. Há também fato de os principais fabricantes de implementos, principalmente de baús, estarem instalados em São Paulo, portanto, distante dos outros estados.  

Maior capacidade de carga

Para 2019, Juliano Machado está mais confiante na meta de emplacar 5 mil unidades da linha Ducato. Ele destaca que vai atender outra demanda do transportador também, que será com uma versão com maior capacidade de carga útil e 3.800 kg de PBT.

Atualmente, as versões do Ducato Cargo são com PBT de 3.500 kg e capacidade de carga de 1.204 kg. Esta configuração tem a vantagem de poder ser dirigida por motoristas com CNH categoria B. Porém, por ser encaixada na categoria de comercial leve, também paga mais imposto (8% de IPI além das outras tributações).

A Fiat quer oferecer a opção de PBT de 3.800 kg que encaixa na categoria de caminhão e tem isenção de IPI. Com este tipo de veículo, ela atenderá transportadores que precisam de maior capacidade de carga, preço mais competitivo e, no caso das transportadoras mais profissionalizadas, ter motoristas com CNH na categoria C ou superior não é um problema.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).