No comércio em geral, o consumidor final é quem está pagando a conta dos constantes aumentos do preço do diesel, pois os preços no varejo aumentam constantemente e têm como justificativa o aumento do valor do combustível. A verdade é o reajuste ser cobrado do cliente final e não é repassado aos transportadores, já que as empresas e autônomos, raramente, conseguem repassar isso para os embarcadores. Com isso, aumenta-se a precariedade no transporte de carga e a dificuldade dos trabalhadores no setor de transportes. O fato vem sendo alertado por diversas entidades, mas nada de concreto ainda foi feito. Abaixo, mais um comunicado da NTC&Logística é divulgado como alerta para a situação.

Confira na íntegra o comunicado da NTC&Logística: 

“A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), por seu Departamento de Custos Operacionais (DECOPE) visa subsidiar as empresas do setor de transporte quanto a variação do preço do combustível, especificamente do diesel, e o impacto desse para o custo das empresas de Transporte Rodoviário de Cargas em todo o Brasil, pois desde que a Petrobras realizou ajustes nos preços dos seus produtos a qualquer momento, inclusive diariamente, vem desafiando muito a rotina e manutenção das empresas transportadoras, quanto ao repasse desse custo para os embarcadores (clientes). 

Nesta sexta-feira, 17/06/2022, a Petrobras anunciou um novo reajuste de 14,26% no preço do diesel, e o novo preço vale a partir de amanhã. O aumento acarretará a necessidade de reajuste adicional de no mínimo 5,0%, fator esse que deve ser aplicado emergencialmente nos fretes. No acumulado do ano tivemos uma expressiva variação média de 28,93% na bomba e nos últimos 12 meses (jun-21 contra jul – 22) nada menos que uma magnitude média de 52,69%. 

Ainda considerando os últimos 12 meses, os insumos do transporte rodoviário de cargas, vem sofrendo grande pressão, os fornecedores das empresas de transporte, estão ajustando os seus custos de produção e, consequentemente repassando essas pressões para os transportadores. O cavalo mecânico, por exemplo, teve seus preços reajustados em média 31,02%, semirreboque 32,55%, pneus 14,81% e por fim o acordo sindical da convenção coletiva dos trabalhadores do Transporte vêm fechando os acordos entre 10,0% a 12,47%

É imprescindível para manter a contento a saúde financeira das empresas transportadoras repassados imediatamente o acumulado dos aumentos de combustível, até porque este é um custo relevante e que não há formas de reduzi-lo pelo lado do consumo (as que existem já foram adotadas). 

A NTC&Logística reitera a importância de as empresas transportadoras negociarem a inclusão nos contratos antigos, e colocar nos novos contratos, um gatilho para os aumentos do diesel. 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).