As esperanças estão no segundo semestre

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Somente no início da segunda semana de janeiro o BNDES publicou as regras do Finame PSI para 2015, mas às vésperas do Natal o governo já havia publicado uma primeira Medida Provisória. As alterações ficaram pior do que as mais pessimistas expectativas. Os bancos ainda estudam quais serão os impactos no setor de transporte e ainda não tem uma resposta, apenas algumas especulações.

As novas taxas de juros passaram para 10%, 9,5% e 9%, respectivamente, para grandes, médias e pequenas empresas e profissionais autônomos na modalidade Pró-Caminhoneiro. Antes os juros variavam de 6% a 4,5%. Essas taxas já eram esperadas e elas não são o problema, pois ainda são menores do que a taxa Selic e bem inferiores às taxas do CDC. O problema está nas novas exigências da entrada, de 50% para as grandes transportadoras e 70% para as médias e pequenas empresas e autônomos. Antes o valor financiável chegava a 100% do bem!

E como será 2015? Ninguém arrisca uma resposta, mas os otismistas dizem que, caso se repeta o resultado de 2014, ano em que os transportadores compraram 137 073 caminhões (veja dados e análise em Mercado Raking, nas páginas 58 e 59), com queda de 11,3% em relação a 2013, será um excelente ano. Os pessimistas acreditam que será mais um ano de queda de, pelo menos, 5%. Porém, 2014 mostrou que taxas e entrada baixas ajudam, mas não são mais importantes do um PIB robusto. O de 2014 deve ficar em desprezível 0,2% e as projeções para 2015 não são muito diferentes.

Espera-se que o governo federal tome medidas que podem gerar inflação e retração da atividade econômica no primeiro semestre, mas que trarão confiaça na economia brasileira e a retomada do crescimento no segundo semestre, pois podem existir todas as facilidades para se comprar um caminhão, mas ninguém vai comprar se não houver mais carga para transportar.            

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).