Um dos indicadores para avaliar uma empresa é o turnover, e não faltam exemplos no mundo. Em Minas Gerais, há uma boa história na área de logística. A Sra. Maria Dalva Couto Mendonça tinha uma receita de pão de queijo muito boa. Ela, com os filhos Helder e Hélida, fizeram da receita uma das maiores marcas do Brasil, o famoso pão de queijo Forno de Minas. O sucesso foi tanto que a empresa foi comprada por uma das maiores empresas do setor alimentício do mundo, a General Mills, por meio de uma subsidiária.
Agora, imagina uma empresa que deu errada no Brasil. Em qualquer alimento que a General Mills colocava a mão, dava errado. Uma verdadeira matadora de marcas. Quem lembra das massas Frescarini? A empresa é um sucesso nos EUA, mas no Brasil… É só ir no Pão de Açúcar, Extra, Carrefour, Safira, Master, Verde Mar, e observar que os produtos dessa empresa estão escondidos… Será por quê?
A General Mills comprou a Forno de Minas por R$ 320 milhões, mas a busca por redução de custo fez o pão de queijo virar puro polvilho pela preferência de matéria prima barata e, assim, abrindo mercado para outros fabricantes de pão de queijo, como Swift, Qualitá, MassaLeve, Casa do Pão de Queijo etc.
São várias, as razões para o pouco resultado da General Mills no Brasil. A redução de custo, a mais provável, foi a principal. O turnover de diretor ou gerente de logística era maior do que a mudança de temperatura em São Paulo. E qual era a função do diretor de logística? Qualidade? Não, era redução de custo? O pão de queijo congelado precisa ser transportado em caminhão refrigerado, mas isto é caro. Contratar transportadora que tem os motoristas com todos os direitos trabalhista para quê, se há transportadoras que não gastam com Termo king e contrata motorista sem direitos, é mais barato. Este foi o comportamento dos executivos da General Mills no Brasil. Quer duas marcas que deram errados sob a gestão da General Mills: Forno de Minas e o sorvete Häagen Dazs, fora as barrinhas de cereais.
As duas marcas existem ainda, sem muita relevância graças a competência dos concorrentes. A Forno de Minas foi recomprada pelos fundadores por um quarto do valor que foi vendida porque a General Mills destruiu a marca. A Häagen Dazs existi ainda, mas não na esquina da Oscar Freire com a Bela Cintra, agora, no máximo, um cantinho do refrigerador do supermercado, coberta pelos sorvetes La Bosque. Atualmente, a General Mills, pela incapacidade de ser no Brasil o que é nos EUA, ela comprou a marca Yoki, aquela que teve o dono esquartejado pela esposa. Talvez o erro da General Mills seja este, viver de oportunismo e redução de custo. A General Mills é uma empresa tão “azarada” no Brasil que o escritório dela no País era em um edifício vizinho da construção da estação do metrô de Pinheiros, aquele mesmo que desabou e fez que os edifícios vizinhos fossem interditados.
A inspiração para este artigo foi a partir de um release da Luxafit, especialista em logística aérea, marítima e rodoviária de refrigerados e congelados de forma eficiente e com uso de muita tecnologia para controlar a qualidade, padrão de empresa que não atende cliente com foco só em redução de custo.
A tecnologia
A Sensorweb, líder em soluções de IoT para a Saúde, e a Luxafit, especializada em logística aérea, marítima e rodoviária, estão trabalhando em conjunto para modernizar a gestão no transporte de medicamentos que precisam manter a temperatura e monitorar a umidade enquanto são transportados em caminhões refrigerados da companhia. A operação envolve a instalação de sensores inteligentes de monitoramento e alerta de falhas em uma frota composta por mais de 70 veículos adequados ao transporte de cargas – em especial – refrigeradas, e que demandam certificações de qualidade e a garantia da preservação da eficácia dos fármacos ao longo da cadeia fria da Saúde.
Desde a troca de sistemas, há 10 meses, a Luxafit já conseguiu superar uma série de dificuldades e limitações técnicas relacionadas ao antigo monitoramento de sua frota refrigerada, que era feito com ‘data logger’, aparelho eletrônico de medição mais instável e que podia até mesmo comprometer a carga em caso de erros não percebidos durante o trajeto. Além de corrigir esses pontos, a nova solução também adequa o serviço da empresa à resolução RDC/430, da Anvisa, que padroniza as regras de boas práticas – e passa a ser obrigatória – entre as empresas de distribuição, armazenagem ou transporte de medicamentos.
Essas normas estabelecem, por exemplo, a necessidade de os operadores logísticos terem um sistema de gestão da qualidade ativo, que permita auto inspeções periódicas e investigação para apontar a causa raiz de possíveis falhas no trato de insumos, vacinas e medicamentos que dependem da cadeia fria da Saúde. Além disso, exige até março do ano que vem a adoção por parte das empresas logísticas de um sistema de monitoramento e controle das condições de temperatura, acondicionamento, armazenagem e umidade por meio de instrumentos calibrados e confiáveis.
Para que essa transição na operação da frota refrigerada fosse bem-sucedida, a Sensorweb optou por instalar um sistema automatizado de temperaturas nos veículos de transporte da Luxafit. O software faz parte da linha de soluções dedicadas à área de logística farmacêutica e de distribuição, segmentos em que a startup de Florianópolis possui cerca de 70 dos seus mais de 220 clientes. A empresa também possui seis mil pontos de monitoramento com IoT e contempla mais de 500 milhões de medicamentos e insumos monitorados por suas soluções no Brasil, gerando três mil horas diárias economizadas em registros e verificação na cadeia fria da Saúde.
“Na Luxafit foram instalados dispositivos que permitem monitoramento e registro, não só de temperatura e umidade, como também o status da porta do veículo (se ela foi aberta ou fechada) e também de localização GPS em frota refrigerada. Uma vez que essa informação está na plataforma e disponível online, a empresa passa a dispor de alertas em tempo real em caso de excursões de temperatura, a partir da definição das faixas de operação daquele transporte. Assim, os profissionais da empresa podem tomar uma ação de imediato, diferente do formato anterior, em que a informação de excursão só era conhecida no momento do descarregamento dos dados dos data loggers”, frisa Douglas Pesavento, CEO da Sensorweb.
Tecnologia ajuda a evitar a perda de medicamentos
Para reduzir a zero o tempo perdido com a demora da extração de dados, o novo sistema é capaz de gerar relatórios não editáveis em segundos, o que reduz problemas de perda de informações, erros ou risco de fraudes. “Essa tecnologia aumenta a confiabilidade para a empresa em relação ao serviço que ela está entregando aos seus clientes, porque consegue extrair relatórios customizados e padronizados e com níveis de acesso e permissões que garantem que os dados não sejam alterados. Essa possibilidade acarreta ainda numa vantagem comercial, uma vez que o processo é todo automatizado, validado em acordo com as normas vigentes, e gera confiança para os fornecedores, grandes laboratórios e clientes”, reforça Douglas Pesavento.
De acordo com Susana Rocha, Customer Success da Sensorweb, outro ganho para a transportadora está no combate à perda de medicamentos, muitas vezes ocasionado por variações de temperatura percebidas tardiamente e que, agora, podem ser notadas em período integral.
“Quando só havia acesso a informação sobre a condição do transporte da carga no final da rota, ou seja, quando o caminhão chegava no destino final e os dados eram extraídos do data logger, se houve uma excursão de temperatura por um tempo bastante longo, poderia ocasionar a perda dessa medicação armazenada. Então além do risco da qualidade do produto entregue, havia um risco financeiro caso essa carga fosse perdida. Os sensores conseguem atuar de forma muito mais assertiva e, se houve perdas no passado, hoje temos a possibilidade de evitar prejuízos financeiros, mas sobretudo, estamos lidando com a saúde das pessoas que vão demandar desses produtos e, garantir a preservação de sua eficácia não tem preço”, completa Susana.