A produção e licenciamento de caminhões e ônibus zero quilômetro sofreram queda em junho. Os motivos apontados são os reflexos da alta de preço da tecnologia de emissões Euro 6 e os estoques de modelos Euro 5. No mês, foram licenciados 7.884 caminhões, representando retração de 4,1% em relação às 8.223 unidades emplacadas em maio.
No acumulado do semestre, a retração é 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No caso específico dos ônibus, além das compras antecipadas de chassis, o motivo principal é o alto volume de aquisições em 2022 para suprir o mercado até então represado.
A queda de caminhões aconteceu também na produção, sendo de 16% em relação a maio. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), ainda há concentração de estoque de modelos P7 produzidos no ano passado. Na comparação com junho de 2022, a produção recuou 47%.
Mesmo com o recurso de R$ 1 bilhão (R$ 700 milhões para caminhão e R$ 300 milhões para ônibus) destinado pelo governo aos veículos pesados, as vendas do primeiro semestre fecharam 8,8% abaixo do mesmo período do ano passado.
“O emplacamento de veículos pesados teve efeito contrário ao de veículos leves. No entanto, o segmento de ônibus apresentou um pequeno crescimento no final do mês de junho”, disse o presidente da Anfavea, Márcio Lima Leite. No entanto, há expectativa de melhora para julho. Os veículos leves atingiram o licenciamento de 161.611 unidades em junho, 8,4% sobre o resultado de maio e 7,1% acima do primeiro semestre de 2022.
O executivo destacou que os reflexos da MP 1175/2023 “ainda não foram percebidos”, porque a utilização do bônus para veículos pesados demanda ainda de regulamentações e ajustes operacionais. Outro ponto é que nem todos os veículos comercializados foram emplacados, portanto, vão entrar na conta de julho.
De acordo com a Anfavea, em relação aos veículos pesados, principalmente caminhões, as montadoras estão adequando o volume de produção à demanda dos novos modelos com tecnologia de emissões Euro 6.
No acumulado de licenciamentos de caminhões em 2023, apenas 22% são de modelos P8, portanto, produzidos esse ano. Pela estimativa da Anfavea, esse percentual deveria ser maior. Segundo estatísticas da Associação, deveria estar em torno de 44%.
Já o segmento de ônibus, em 2022 havia uma demanda represada que provocou compras acima da média de chassis, subindo de 1.600 unidades para 3.000 por vários meses. O ano terminou com o mercado em retomada, tanto pelas aquisições para renovação quanto pela antecipação em razão do Euro 6.
Esses fatores estão refletindo no número de emplacamento. Além disso, muitos chassis produzidos em 2022 ainda se encontram em processo de encarroçamento ou aguardando. Esses fatores estão agora refletindo no número de emplacamentos de ônibus.
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