A Iveco apresentou nesta terça (15/08) o Tector Auto-Shift. Trata-se da sexta marca a lançar um semipesado com câmbio automatizado no Brasil.

Atualmente o câmbio automatizado não precisa mais provar os seus benefícios diante ao câmbio manual, pois eles já são amplamente reconhecidos pelos frotistas que já usam a tecnologia, principalmente nos quesitos redução de custos com manutenção e consumo. Para se ter uma ideia, no segmento de pesados, praticamente 100% da produção já é com esta tecnologia. Se o clienter quiser câmbio manual será preciso encomendar e dependerá da marca e modelo, pois alguns, são produzidos somente com câmbio automatizado. 

Agora as opções na categoria de semipesado são Scania P Opticruise, Volvo VM I-Shift, VW Constellation V-Tronic, Mercedes-Benz Atego PowerShift,  Ford Cargo TorqShift e o mais novo competidor Iveco Tector Auto-Shift.

Scania, Mercedes-Benz e Volvo fabricam suas próprias caixas automatizadas que são as mesmas dos modelos pesados adaptadas para os semipesados. Como positivo, são caixas superdimensionadas e robustaz, porém, podendo pesar mais e ter um custo maior. A Volkswagen utiliza caixa ZF que já precisa de atualização em função da evolução dos concorrentes. Já Ford e Iveco optaram pela caixa Eaton de 10 velocidades totalmente dimensionada para caminhões semipesados, inclusive, os 8×2.

Apesar da caixa Eaton ser a mesma de 10 velocidades para Ford e Iveco, cada marca faz a sua calibração e o software de acordo com os resultados desejados e o motor – Cummins na Ford e FPT no Iveco.

No caso da Iveco, pode ser o modelo mais atual, é apresenta engates mais suaves e precisos e conta com mais funções para reduzir consumo e aumentar a segurança. 

Na gama Tector, o câmbio automatizado está disponivel para os modelos com motor de 300 cv e 1.050 Nm de torque: 170E30 4×2, 240E30 6×2 e 310E30 8×2 com PBT (Peso Bruto Total) de 30 toneladas. Para o mercado argentino, a empresa também equipou o cavalo mecânico Tector 170 com PBTC de 45 toneladas. 

Sobre a questão de ser a última a lançar a transmissão automatizada por último, a Iveco alega ter esperado concluir uma solução melhor desenvolvida do que as dos seus concorrentes, principalmente, em relação ao Ford Cargo que, apesar de utilizar a mesma caixa Eaton, apresenta algumas funções a menos do que o Iveco Tector.

Segundo Ricardo Barion, diretor de marketing da Iveco, a engenharia testou todos os concorrentes para apresentar um produto aperfeiçoado e com funções que otimizam a economia de combustível e segurança:

O câmbio do Tector tem 12 funções, sendo quatro a mais do que todos os concorrentes (com o número em azul)

Modos exclusivos

Pedal do acelerador otimizado: Foi desenvolvido um pedal de acelerador progressivo permitindo que o motorista encontre facilmente a melhor zona de torque de motor – proporcionando então uma condução mais econômica. Esse recurso é útil, especialmente em subidas.

Down Hill: Numa condição de descida suave, sem o uso de freios, o veículo engrena a 10ª marcha automaticamente, mesmo que o motorista não pressione o pedal do acelerador. Isso proporciona mais segurança e redução do consumo de combustível.

Power Auto: É uma espécie de botão “sport”, que permite o veículo aumentar sua velocidade. Esta função é habilitada quando o motorista aciona o botão lateral da alavanca de troca de marchas por três segundos, mudando o tempo de troca de marchas para chegar mais rápido possível a 2.500 rpm. Após um minuto a função desabilita automaticamente possibilitando redução no consumo de combustível.

Auto Coast: Em condições de descida leve ou em trecho plano, quando o veículo estiver diminuindo sua velocidade e reduzindo as marchas, ao chegar na 5ª marcha a transmissão aciona automaticamente a embreagem deixando o veículo desenvolver de forma segura e confortável para transpor um obstáculo como um quebra-molas, por exemplo. Logo após passar por ele, ao retomar a velocidade do veículo, a marcha correta será acionada sem prejuízos para a performance.

O Tector Auto-Shift conta também com outros recursos que estão presente em alguns concorrentes, mas não em todos:

Kick Down: que ao pisar fundo no acelerador, a transmissão reduz uma marcha aumentando o giro do motor.

Skip Gear: dependendo da carga, velocidade e inclinação da pista o veiculo faz trocas fora da sequencia convencional.

Hill Holder: assistente de partida em rampa que mantém o veículo parado por 3s, facilitando o engate da primeira marcha – transição de tirar o pé do freio para o acelerador.

ASR: em condições de baixa aderência o sistema controla as rodas evitando que elas girem em falso.

Modo Manobra: basta que o motorista pressione um pouco o acelerador para o veículo começar a se movimentar com velocidade baixa e constante, sem trancos – útil em diversas aplicações, como doca e posto de combustível.

Na imagem abaixo, está um comparativo nesta ordem: Ford Cargo TorqShift, Tector Auto-Shift e VW Constellation V-Tronic:

As funções dos câmbios, respectivamente, Ford Cargo TorqShift x Tector Auto-Shift x VW Constellation V-Tronic

Ricardo Barion acredita que a adesão aos modelos semipesados equipados com caixa automatizada será rápida. Ele avalia que 27% das vendas de semipesados este ano seja de caminhões automatizados e, em 2018, o percentual deve chegar a 50%. “No nosso mix, 70% serão do Tector Auto-Shift, principalmente no modelo 6×2”.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).