
Por Márcio Querichelli, líder da Iveco na América do Sul
Iniciamos 2021 com a pandemia ao nosso redor e, com razão, esse assunto tem dominado os noticiários e as rodas de conversas. Outro assunto importante está sendo discutido em Brasília: o marco regulatório do gás no Brasil – já aprovado na câmara dos deputados – que é a grande aposta do governo para ampliar o mercado com mais competidores e preços menores.
O fomento do setor de gás no país servirá como mola propulsora para o crescimento dos investimentos no segmento de transporte de cargas em veículos movidos a gás natural veicular (GNV). Esse tipo de combustível já é bastante utilizado em veículos de passeio, principalmente por taxistas e motoristas de aplicativo, mas existe espaço para crescimento. Pesquisa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra que, até 2030, o Brasil deverá quase triplicar a produção líquida de gás natural, dos atuais 59 milhões para 147 milhões de m³/dia.
Para o transporte de cargas, urbano e rodoviário, a tendência é que o gás seja a alternativa mais viável e sustentável para utilizarmos em território brasileiro, sendo o ‘ponta pé inicial’ para outras tecnologias, como a eletrificação. Destaco a coleta de resíduos sólidos e entrega de mercadoria porta a porta que representam as aplicações típicas da tecnologia GNV, ‘ambientalmente’ superior ao diesel, com a emissão de menos da metade de monóxido de carbono e de gás carbônico.

As altas constantes do preço da gasolina e do diesel também ‘contribuem’ para esse aumento da utilização de GNV. Mas só isso já basta? Não! É fundamental que a rede de abastecimento que temos hoje, de norte a sul, seja ampliada para atender os operadores do transporte promovendo baixo custo operacional. Temos também que oferecer para o cliente produtos que proporcionem boa autonomia, durabilidade e potência nos motores a gás. A experiência das montadoras na Europa, onde esse tipo de combustível é amplamente utilizado, é um ponto crucial para a implementação dessa tecnologia no Brasil. Quem estiver na frente por lá terá mais chances de êxito por aqui.
Dois pontos importantes para o sucesso desse processo são a retomada do crescimento econômico do país, que irá permitir aos clientes investirem em produtos movidos a combustíveis e trações alternativas, e o estreitamento das parcerias estratégicas necessárias para que uma nova tecnologia seja introduzida de forma economicamente viável em um local com grandes oportunidades como o Brasil. Isso não vale somente para o GNV, mas sim para qualquer nova tecnologia de propulsão que tenha impacto além do produto.
Esse é um esforço conjunto que envolve os setores públicos e privados, e o benefício também é conjunto, com a diminuição de poluentes e a ampliação do leque de opções para o consumidor, cada vez mais atento à preservação do meio ambiente. O caminho está aberto. Basta que, juntos, façamos o nosso dever de casa para que as próximas gerações nos olhem com orgulho e vejam que todos os esforços valem a pena quando o que está em jogo é a saúde coletiva, seja combatendo um vírus ou a poluição.
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