As competições de pista e de rali são vitrines para fabricantes de veículos, mas também um verdadeiro de campo de provas para seus produtos. A Iveco está há sete anos participando do Rally Dakar com quatro caminhões, dois Powerstar e dois Trakker.

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A equipe já coleciona duas vitórias (2012 e 2016) e na última edição, em janeiro deste ano, a melhor colocação obtida foi o terceiro lugar.

Segundo a equipe De Rooy Iveco, os caminhões são preparados a partir dos originais de fábrica, porém, alguns componentes passam por modificações para suportar o rigor da prova radical. Porém, muitos outros componentes são originais de fábrica.

Iveco Dakar 4

Geralmente, os competidores rodam 9 mil km em 12 dias e em situações extremas. Por isso, o chassi é o componente que mais é modificado e parte da mesma do caminhão de rua, com estrutura tipo escada e aço de alta tensão. A diferença aparece mais na suspensão. A dianteira é com molas L&P de três folhas com quatro amortecedores de choque Reiger por eixo, montados com molas helicoidais. A suspensão traseira segue as mesmas características, mas com duas folhas de molas L&P em vez de três da dianteira e conta com barra estabilizadora.

O chassi do Powerstar e do Trakker são idênticos. O Powerstar é o modelo bicudo, fabricado na Austrália. Já o Trakker é vendido em todos continentes e fabricado também em Sete Lagoas (MG) para o mercado da América Latina.

Iveco Dakar 3

O Trakker é, originalmente, um caminhão dedicado ao off road. Já o Powerstar é um caminho rodoviário de longas e médias distâncias e com capacidade para 140 t de PBTC (Peso Bruto Total).

O motor é o mesmo que vão instalados nos caminhões da Iveco vendidos aos transportadores. Houve apenas uma elevação da potência e torque. A preparação foi feita pela própria FPT Industrial, que subiu a potência de 570 cv a 2.200 rpm para 900 cv a 1.900 rpm. O torque subiu de 254,9 mkgf a 1.000 rpm para 407,8 mkgf a 1.100 rpm. Esse motor como essa potência não é disponibilizado no Brasil. Aqui, a potência máxima disponibilizada pela Iveco é de 480 cv, no mesmo propulsor Cursor 13.

Iveco Dakar 2

O motor também foi reposicionado mais para atrás no chassi do rali para equilibrar o peso entre os eixos. Outra modificação, por causa do extremo uso, foi na refrigeração do motor. Os freios são a disco e caixas de marchas e transmissões são originais de fábrica.

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).