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Emissão fora dos parâmetros para o ano de fabricação do caminhão poderá render multa

Os motores movidos a diesel, principalmente com as últimas tecnologias de controle de emissões, como as que atende à norma Euro 5, são bastante eficientes. Para isso, a sua manutenção deve estar em dia. Porém, a frota de caminhões e ônibus brasileira é bastante velha e com quase zero de fiscalização sobre suas emissões e livre de inspeção veicular. 

Para ter maior controle sobre isso, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer implantar o sistema de inspeção ambiental para veículos movidos a diesel a partir de 2018 em todo o Estado de São Paulo. A inspeção será, inclusive, exigida de veículos emplacados fora do Estado. Portanto, a medida atingirá os 1,7 milhão de veículos registrados nos municípios paulistas e mais cerca de 425 mil estimados que trafegam por São Paulo.

CÓDIGO DE TRÂNSITO

A inspeção veículo está prevista no Código Brasileiro de Trânsito e é um importante meio para obrigar os proprietários a cuidar da manutenção de seus veículos, reduzindo os problemas de poluição do ar e, quando completa, o índice de acidentes e a geração de engarrafamento por motivo de quebra. Em muitos países, inclusive, a inspeção veicular é tão rigorosa que muitos motoristas preferem trocar seus veículos por modelos mais novos. 

Na proposta do governo paulista, a inspeção não será completa e visa apenas resolver os problemas da qualidade do ar, principalmente da região metropolitana. 

MAIS TAXA E MULTA

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Regiões metropolitanas sofrem mais com poluição

No caso de São Paulo, a ideia inicial é, além de cobrar uma taxa do proprietário pela inspeção, é multar também os veículos que estiverem fora dos padrões legais de emissão, que são de acordo com o ano de fabricação do caminhão, ônibus, picape, jipe ou SUV. Uma medida assim sempre foi evitada por políticos por ser impopular e perda de votos.  

O governo ainda não sabe qual o valor a ser cobrado pela inspeção, pois ainda serão levantados os custos para montar a infraestrutura para o serviço. 

Considerando a alta carga tributária que os trabalhadores no setor de transporte pagam para trocar o veículo por um mais novo ou mesmo conseguir dar a manutenção no usado, a medida do governo, mesmo que necessária, promete criar muita polêmica por não oferecer nenhuma contrapartida a quem já paga muitos impostos e taxas a diversos órgãos públicos. 

 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).