Depois das vendas de caminhões já terem batido o recorde superior a 13 mil unidades para um mês de janeiro (em 2012), geralmente já esperado como um mês de baixa, as entregas em janeiro deste ano deixaram a indústria de caminhões frustrada. Trata-se do pior janeiro desde 1957, quando os números começaram a ser computados, segundo o vice-presidente da Anfavea (associação que representa as montadoras), Marco Saltini.

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Vendas de caminhões acumulam queda de 77,7% – Foto: Divulgação/Arquivo

Apenas 2.947 caminhões foram emplacados, 33,3% menos do que em janeiro de 2016 (4.413 unidades) e 77,7% menos em relação ao melhor janeiro da história, quando foram emplacados mais de 13 mil unidades em 2012. No comparativo de janeiro deste ano com dezembro de 2016 (4.419 unidades), a queda foi 33,8%. 

No caso desse segmento, as negociações de compra pelo transportador começa com alguns meses de antecedência e o emplacamento, no caso dos veículos tipo chassi rígido, não ocorre no mês da venda, mas somente após a instalação do implemento rodoviário. Portanto, o resultado não reflete o ânimo do comprador de janeiro, mas dos dois meses anteriores. Já os cavalos mecânicos podem ser licenciados logos após a emissão da nota fiscal, pois não precisam ter o tipo de implemento rodoviário definido.

ÔNIBUS

A queda no mercado de ônibus foi ainda maior, 51,8%, com 498 unidades emplacadas em janeiro deste ano contra 1.033 no mesmo mês do ano passado. Na comparação com dezembro último, a queda foi 24,3%, quando foram licenciados 656 ônibus.  

IMPLEMENTO RODOVIÁRIO

A Anfir (associação das fabricantes de implementos rodoviários) também divulgou os números de vendas de janeiro. A queda foi menor do que as das fabricante de caminhões e ficou no patamar de -26,31% (3.473 unidades vs. 4.713 unidades).

As vendas da linha de pesados (semirreboques e reboques) a queda foi menor, de 13,66%, de 1.467 unidades em janeiro deste ano contra 1.699 em janeiro de 2016. Na linha de leves (sobre chassi), a queda foi de -26,31% (2.006 vs. 3.014).

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Alcides Braga, presidente da Anfir, mantém perspectiva do setor crescer 10% este ano – Foto: Divulgação/Arquivo

A confiança na retomado do crescimento continua. A Anfavea manteve a perspectiva de crescer 6,4% em veículos pesados (caminhões e ônibus). Já para a indústria de implementos, a espera é por um percentual um pouco maior. “Acreditamos que ao final do ano teremos registrado desempenho positivo de aproximadamente 10%”, diz Alcides Braga, presidente da Anfir.

 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).