Com 14,71% de participação no mercado de caminhões leves em 2017, o Ford Cargo 816 vendeu 1.733 unidades, perdendo apenas para os Volkswagen Delivery 8.160 (líder) e 10.160 e deixando para trás modelos como o Mercedes-Benz Accelo 815 e 1016.
Mas qual é a razão desse caminhão ser tão bem-quisto no mercado? A mais visível é a diferença de preço para os seus concorrentes, já que este é um segmento muito sensível a preço de aquisição. O Ford Cargo 816 chega a ser vendido por R$ 133.600, segundo pesquisas da Molicar e da Fipe. É quase R$ 12 mil menos do que seus dois principais concorrentes, o VW 8.160 Delivery (R$ 142 mil) e Mercedes-Benz Accelo 815 (R$ 146 mil).
O Cargo 816 leva esse nome devido ao seu PBT de 8.160 kg. Sua capacidade máxima de tração é de 11.000 kg e para ter pluralidade no transporte de cargas urbanas, ele conta com três opções de distância de entre-eixos: 3.300 mm, 3.900 mm e 4.300 mm, o que permite adequá-lo a diferentes aplicações como baú, caçamba, plataforma, baú frigorificado, tanque e outras.
Desde 2012, o modelo recebeu novo motor para atender a norma Proconve P7, utilizando a técnica SCR. De lá para cá poucas foram as alterações. O Cummins ISB de 4.5 litros, de 4 cilindros em linha e que desenvolve potência de 162 cv a 2.300 rpm foi o propulsor eleito para fazer esse caminhão rodar. Porém, sua curva de torque ampla de 1.100 a 2.000 rpm é o que permite chegar mais rápido à sua força máxima de 56,1 mkgf e manter o motor numa faixa maior de rotação. E no dia a dia isso agrada o motorista, sobretudo aqueles que trabalham em regiões de maiores aclives.
Trata-se de um motor moderno, cujo sistema de injeção é o common-rail que se destaca pela eficiência. Contudo, em relação aos seus principais concorrentes, o Cargo 816 é o que possui o menor torque. O VW Delivery possui 61,1 mkg de 1.300 a 1.700, enquanto que o Mercedes-Benz Accelo 815 tem 59 mkgf a uma rotação entre 1.200 a 1.600 rpm (veja mais detalhes a seguir sobre os competidores).
Algo que a Ford vem destacando no Cargo desde a sua nova roupagem para atender à P7, em 2012, é o fato de ser produzido com material mais resistente. Isso para atender aos frotistas que utilizam o veículo em operações mais severas, como no campo. Nesse sentido, o material interno do painel é feito com polipropileno reforçado com fibras de sisal e revestido com vinil, facilitando a limpeza e ajudando na maior vida útil.
Por fora nada mudou no desenho. Para um caminhão de tamanha popularidade, a Ford poderia repensar o design e dar um toque mais moderno como os demais da gama a partir de 14 t, bem mais bonitos. Por dentro do Cargo, o motorista vai se deparar com um ambiente simples, nada de rebuscamentos, mas tudo bem organizado.
O quesito conforto fica por conta do banco com suspensão pneumática e dos vidros elétricos de série. No painel de instrumentos tudo é bem visível e intuitivo. O tacógrafo é moderno e conta com uma tela digital que indica data, hora, quilometragem e códigos de falhas. O computador de bordo mostra o código de falhas do motor, sinalizando qualquer anomalia. Esse sistema permite um diagnóstico para que a solução seja encontrada de forma mais rápida.
A nossa avaliação completa a bordo do modelo você confere na edição 171 da revista TRANSPORTE MUNDIAL disponível na banca virtual do UOL.