Anfir: indústria parou de piorar; queda é de 42,35%

44

A Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) fez esta semana (no dia 14/07) um balanço das vendas de seus associados no primeiro semestre e as projeções para este ano. De janeiro a junho deste ano, foram vendidos 31.845 implementos rodoviários, o que significa uma queda de 30,61% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram entregues 45.894 unidades.


O segmento de implemento leve (sobre chassi) foi o que mais sentiu a queda, que foi de 38,44%, com 19.219 unidades entregues nos primeiros seis meses deste ano, contra 19.219 no mesmo período do ano passado.

Já o segmento de pesados (semirreboques e reboques), a queda foi menor (-13,97%) graças ao agronegócio. Foram entregues 12.626 unidades contra 14.676 no ano passado. Modelos de implementos para esse setor tiveram crescimento, como de 23,71% nos canavieiros e 5,17% nos graneleiro. O setor que teve a maior queda foi o de baú para carga geral, o que reflete a forte paralisação da indústria brasileira em decorrência da gestão da economia brasileira pelo governo nos últimos anos.

No acumulado dos últimos 12 meses, a queda é maior ainda: 42,35%, sendo entregues 74.266 produtos no período de julho de 2015 a junho de 2016, contra 128.817 no período de julho de 2014 a junho de 2015.

PROJEÇÕES
O melhor ano da indústria de implementos foi 2011, quando foram vendidas 190.823 unidades, número bem superior ao previsto para este ano: 69 mil unidades. Em relação a 2015, que já foi um ano de baixa, a previsão é de uma queda de 21,4% “Parou de piorar, mas em um patamar muito baixo. Há um consenso que estamos próximo do fim do poço e quando a economia voltar a crescer, levará um tempo para a indústria voltar a crescer”, cometa Alcides Cavalcanti, presidente da Anfir.

COOKIE2

EXPORTAÇÕES
Com o mercado interno em baixa e sem perspectiva de recuperação ao nível dos anos anteriores, e consideração que há uma capacidade instalação com mais de 70% de ociosidade, o que cabe a indústria é a exportação, mesmo com a baixa competitividade dos produtos brasileiros em reação da alta carga tributária, falta de infraestrutura, “custo Brasil”, entre outros problemas, como a alta burocracia.

O que conta a favor é que, na América do Sul, apenas a Argentina conta com industrial local de implementos rodoviários. Os demais países vizinhos são 100% dependentes de importação, mas encontram baixos preços nos produtos chineses.

Recentemente, a Anfir promoveu uma missão à Colômbia, um dos vizinhos em franco crescimento. Lá, no mês passado, foram realizadas 100 reuniões entre 14 fabricantes brasileiros com compradores colombianos. Segundo Alcides, a expectativa que negócios poderão ser concretizados e podem chegar ao valor de U$S 8 milhões.

Nos últimos seis meses, as fabricantes brasileiras de implementos rodoviários exportaram 1 837 unidades, para os países da América do Sul, Central e África.

Compartilhar
Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).