Atron substituiu L 1620 com promessa de eficiência

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Em 2012, a Mercedes-Benz apresentou a nova linha Atron, que sucedeu a chamada linha tradicional da estrela, marcada pelo dos modelos, como o L 1620. Veja como foi a chegada do Atron, em matéria da época, na série Baú da TRANSPORTE MUNDIAL


Nessa modernização, seu sucessor, o Atron 2324 6×2 chega com motor OM 926 LA, de 6 cilindros e tecnologia BlueTec 5, solução da Mercedes para atender à legislação Proconve P7 (equivalente ao Euro 5). Para diminuir o nível de emissões, a tecnologia da fabricante alemã, equivalente a SCR, inclui a adição do Arla 32 no escapamento do veículo para pós-tratamento dos gases de escape por redução catalítica seletiva. O motor do 2324 6×2 conta com 238 cv a 2 200 rpm e torque de 86,7 mkgf de 1 200 a 1 600 rpm. Ele trabalha em conjunto com o câmbio, também Mercedes, G-85 de 6 marchas, sendo a última overdrive.


Assim, como praticamente todos os semipesados, do Atron sai de fábrica com o terceiro eixo. O sistema auxiliar de frenagem, o Top Brake, é de série. Este último é um sistema exclusivo da Mercedes que auxilia o freio-motor, permitindo ao motorista obter melhor frenagem, cerca de 30% superior, se comparada à de um caminhão que dispõe de um freio-motor convencional. Com isso, o condutor pisa menos no freio de serviço – o que resulta na maior durabilidade dos componentes. 

O Atron 2324 traz de série o OBD (Diagnose On Board), ferramenta obrigatória por lei nessa nova geração de caminhões com tecnologia para atender o Proconve P7. Trata-se de um sistema de autodiagnóstico que monitora constantemente a combustão do motor. In­tegrado ao computa­dor de bordo, é capaz de informar se a taxa de poluentes está dentro do permitido. Se houver algo de errado, como a falta do Arla 32, por exemplo, o OBD acusa e emite sinais para que o motorista regularize tudo. Com este sistema, é possível o transportador averiguar se o caminhão está trafegando conforme determina as novas regras de emissão de poluentes.


Além de mais forte e potente – o Atron está com um torque 7% superior e potência 10% maior em relação ao antecessor 1620. Corrado Ernesto Cipolla, engenheiro de marketing de produto caminhões da Mercedes-Benz, afirma que, com a BlueTec 5, foi possível reduzir em cerca de 8% o consumo de combustível, mesmo com o caminhão 250 kg mais pesado devido ao tanque de Arla e ao catalisador, média de economia divulgada pela maioria das fabricantes.

Com a introdução do computador de bordo, o Atron 2324 recebeu um painel de instrumentos mais completo. Conta com uma nova grafia que permite ao motorista ter a melhor visualização, econômetro, indicadores de consumo instantâneo em km/l e do nível de Arla 32. Na prática, o transportador ou o motorista autônomo – propenso consumidor do 2324 6×2 – terão um caminhão muito mais amigável no controle dos custos operacionais. Dentro desse tema, é importante ressaltar que, com o uso de um diesel de melhor qualidade, o S-50, as fabricantes de caminhões conseguiuram ampliar o intervalo das trocas de óleo do motor.

Outro predicado não menos importante é o acabamento interno. Viajar nesse modelo está bem mais confortável mas, logicamente, inferior aos caminhões top de linha, como Axor e Actros, pois custa menos. Faço o meu relato sobre o banco do passageiro, bem confortável e que permite levar mais um acompanhante, mesmo se for corpulento. Além do conforto a bordo, a Mercedes renovou todos os tecidos dos bancos, muito mais macios ao tato. A mesma impressão se tem do painel do veículo que recebeu novo material, de tonalidade mais escura, mas que, segundo a Mercedes, é de fácil limpeza. O volante de quatro raios é novo também e permite uma melhor empunhadura por parte do motorista, que sente mais conforto na direção.

Externamente, o Atron está mais moderno, mas toda essa repaginada privilegiou o dia a dia do operador. Por manter a cabine bicuda, o Atron tem como vantagem a manutenção facilitada, relativamente mais prática e rápida em relação aos modelos cara-chata. A grade frontal maior, além de ressaltar aos olhos o visual moderno do veículo, ajuda na melhor circulação do ar, melhorando a aerodinâmica do caminhão, assim como o spolier, que também ajudou a dar modernidade ao semipesado.

O conjunto óptico é produzido em policarbonato, um material mais resistente. Na prática, se o motorista andar por estradas de terra, por exemplo, os riscos de quebrar o componente são menores. Esse conjunto mais os parachoques, a grade frontal, que possui lâminas encorpadas, e os retrovisores deixaram o caminhão com o design mais robusto.


POR TRÁS DO VOLANTE
O Atron é um excelente caminhão para dirigir, remete a um automóvel, mesmo com as dimensões maiores. Isso se deve ao câmbio de fabricação da própria Mercedes-Benz, que possui trocas suaves e precisas como a de um carro. A embreagem, monodisco a seco, também é relativamente leve. Ponto negativo para os tempos atuais é a falta de ar-condicionado, mesmo como um item opcional.

Ao nível do mar, depois da descida pela rodovia Anchieta, mantivemos a 6ª marcha overdrive em praticamente todo o trecho de quase 121 quilômetros percorridos e praticamente o ponteiro não se moveu, assim como o tanque de Arla, que nesse caminhão é de 35 litros, podendo ser equipado um de 25 litros como opcional.

OS SEMIPESADOS
O mercado de semipesado é bem dinâmico e está em crescimento. Prova disso é essa roupagem que a Mercedes fez no Atron 2324 6×2. Por sua arquitetura robusta e o desenho da cabine semiavançada, possivelmente o seu maior rival nessa categoria, levando-se em conta os atributos mencionados, será da fabricante International, com o caminhão DuraStar 260, modelo que possui versões 4×2, 6×2 e 6×4 e motorização MWM de 274 cv e torque de 96,9 mkgf de 1 200 a 1 600 rpm, porém com pós-vendas muito inferior.

Também não será nada fácil repartir o mercado com o Constellation 24.280 Advantech que deve, assim como o seu antecessor, liderar as vendas nessa categoria. O modelo é equipado com motor MAN D08 36 de 6 cilindros, 280 cv a 2 300 rpm e torque de 107 mkgf de 1 100 a 1 750 rpm. Na lista dos fortes representantes ainda há o Ford Cargo 2429 6×2 que dispõe de cabine renovada simples e leito. O caminhão Ford oferece motor Cummins ISB de 290 cv a 2 300 rpm 
e torque de 97 mkgf de 1 500 rpm.