Seguindo a série Baú da TRANSPORTE MUNDIAL, você confere o teste a bordo do Ford Cargo 2629 6×4. O modelo conta com características off-road, tanto que sua manutenção é feita, na maioria das situações, através de horas de trabalho do motor e não por quilômetro rodado, como comumente acontece nas atividades rodoviárias. Veja o teste que estampou a edição 113 da revista, em 2012.
De mecânica simples, porém robusta, o Cargo 2629 é capaz de suportar os piores impactos que a atividade proporciona. Para se ter uma ideia, o veículo na atividade betoneira é capaz de ficar com o motor ligado por 14 horas ininterruptas, porque o balão que mantém o cimento na textura correta depende do giro do motor do caminhão para funcionar.
Outra característica desse tipo de operação é que em algumas situações, como em ambientes fechados, o veículo acaba trabalhando com sobrepeso – mesmo não sendo uma prática correta se rodar em via pública, muitas empresas preferem o modelo 6×4 por ele suportar essas maiores demandas. Contudo, sempre é recomendável que esses veículos trafeguem obedecendo criteriosamente a sua capacidade técnica.
Uma vantagem que o coloca como “brutão” preferido das empresas que atuavam com betoneira é seu preço de aquisição competitivo, em torno de R$ 240 mil, e a difícil parada por quebras. Vale ressaltar que todos esses atributos fizeram do veículo líder de mercado no segmento em que atua: veículos 6×4, com PBT entre 26 t e 31 t e potências que vão de 220 cv a 330 cv. Até setembro de 2012, o 2629 6×4 e seu antecessor, o 2628 6×4 – leia-se Euro 3, que ainda podia ser vendido na época – tinha 16,7% desse mercado.
Com a motorização para atender a norma Proconve P7, equivalente à Euro 5, o caminhão também recebeu inovações estéticas e relativas à transmissão. No lançamento da nova linha Cargo, em 2011, o 2629 ganhou um habitáculo mais moderno e mais confortável, como cabine com suspensão com quatro pontos de apoio e banco com suspensão a ar de série.
Dentro, o caminhão recebeu melhor acabamento, com materiais mais nobres e de maior conforto, como, por exemplo, os bancos, que ganharam novo desenho e formato mais ergômico. Mesmo sem ar-condicionado (a versão avaliada), por ser um item opcional, o climatizador é de série. Trata-se de um equipamento fundamental para quem opera na construção civil, porque ele mantém o ambiente refrigerado, sem levar poeira para dentro do caminhão, preservando a saúde do motorista.
Como opcionais, o veículo recebe travas elétricas das portas e espelhos retrovisores elétricos. O painel é simples, mas foi desenvolvido também privilegiando a ergonomia, pois o motorista tem todos os comandos à mão.
Outro atrativo que agregou ainda mais conforto para o motorista foi o câmbio sincronizado Eaton FT-16108 LL de 10 velocidades e 3 rés – no antecessor a caixa era seca. Uma das maiores vantagens da nova transmissão em relação à caixa anterior é que por ser sincronizada ajuda o motorista a ter maior rendimento na operação quando se trata de consumo de combustível. A transmissão trabalha em conjunto com o motor Cummins ISB6.7 286 P7 SCR (pós-tratamento de gases) que utiliza Arla 32.
O propulsor de 6 cilindros em linha possui potência 290 cv a 2 300 rpm (15 cv a mais em relação ao caminhão da geração anterior) e torque de 96,9 mkgf de 1 500 rpm. Graças à maior potência do motor, o torque permanece o mesmo, porém mais plano, ou seja, é possível trabalhar numa rotação mais baixa. Contudo, segundo Marcelo Bueno, supervisor de marketing da Ford Caminhões, o novo veículo, em aferições realizadas pela engenharia, conseguiu economizar de 6% a 12% de diesel em relação ao modelo Euro 3.
Além da betoneira, o Cargo 2629 6×4 tem sua força no mercado de caçambas e em operações agrícolas, sendo uma alternativa de veículo de apoio tanto para a colheita quanto para bombeiro, por exemplo. Para suportar toda a operação que envolve caminhões na construção civil, o modelo conta com chassi reforçado em aço de longarina dupla.
Hoje, o Cargo 2629 se mostra uma boa opção no segmento de usados, sendo encontrado por R$ 167 mil.
CONCLUSÃO
Utilizado na construção civil, principalmente em aplicações como betoneira e basculante, o modelo também tem grande aceitação nos segmentos canavieiro e de transporte de madeira. Essa pluralidade o fez líder em seu segmento, de veículos com PBT até 30 t. Além disso, a robustez do motor nas atividades é outro ponto positivo.
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