Em continuidade a série Baú da TRANSPORTE MUNDIAL, você confere um superteste a bordo do VW Constellation 25.390, que, para obter mais mercado, ganhou novas versões em 2013. Veja a seguir:
Na primavera de 2005, a então Volkswagen Caminhões e Ônibus apresentou ao mercado brasileiro o Constellation 19.320, fato que sinalizou uma nova era para a fabricante na produção de veículos comerciais. A partir desse lançamento, a marca foi ampliando a linha que hoje conta com produtos que abrangem as necessidade de transporte até 45 toneladas.
Na categoria cavalo mecânico, o Constellation é oferecido nas configurações 19.390 4×2 (um dos mais vendidos do país), 25.390 6×2 e 26.390 6×4. Os modelos fazem parte da linha Advantech, ou seja, de motores mais avançados – leia-se em conformação com a norma de emissão Proconve fase P7. Contudo, os motores Cummins ISL receberam novas potências de 400 cv e torque de 173 mkgf de 1 100 a 1 500 rpm, com tecnologia common rail e sistema SCR, em que há a necessidade do reagente químico Arla 32. O motor de 6 litros agrega tecnologias como a turbina de geometria variável, permitindo dar boas respostas em baixas e altas rotações.
A revista Transporte Mundial avaliou o modelo 25.390 6×2, cabine com teto alto, que tem como estratégia atuar com mais afinco no mercado de veículos traçados 6×2. Isso porque, esse segmento vem se consolidando a cada ano. Em 2012, por exemplo, a categoria abocanhou 42% do mercado, deixando para trás os segmentos 4×2 e 6×4, com 21% e 37%, respectivamente. E, dentro da categoria 6×2, os caminhões com potências entre 350 cv e 410 cv, em que o Constellation 25.390 atua, a marca obteve participação de 32%, sendo o restante direcionado às vendas de veículos com potências acima de 420 cv.
Diante de um cenário tão promissor, a marca pretende incrementar seu representante. A partir de agosto, o Constellation 6×2 terá uma versão com cabine teto baixo e leito para atender também os nichos de cegonheiros, frigoríficos e basculantes. “Foi uma solicitação do mercado e percebemos que podíamos crescer nesses segmentos”, acrescenta Claudio Alexandre dos Santos, engenheiro de marketing de produto da MAN.
Outra boa nova é que a engenharia também trabalha no desenvolvimento do câmbio automatizado. Vale ressaltar que, nesse quesito, a fabricante ficou para trás em relação à concorrência, que dispõe do item tanto como opcional ou como a Mercedes-Benz, que oferece de série a transmissão Powershift no Axor 2541.
O 25.390 é equipado com a transmissão ZF 16S 1685 TD manual de 16 velocidades sincronizadas e fácil engate. O modelo passou por melhorias, como no sistema de acionamento por cabos e o diagrama de marchas em “H” sobreposto, o que se traduz em trocas mais ágeis. Vale destacar, ainda, que a transmissão é preparada para receber tomada de força.
A nova caixa possui sistema de arrefecimento, o que mantém o óleo sempre numa temperatura mais baixa.
Resistência é a promessa deste cavalo mecânico e, a exemplo disso, o disco de embreagem foi dimensionado para aplicação pesada. Possui 430 mm de diâmetro, ou seja, a mesma dimensão utilizada em caminhões com potências acima de 500 cv. Trata-se de um sistema servoassistido que proporciona menor esforço, com o simples acionamento do pedal.
No quesito segurança, os freios a tambor (melhor se fossem a disco) possuem sistema ABS + EBD de série, já atendendo a legislação que obriga o uso dessa tecnologia. Esse sistema impede o travamento das rodas em pisos de baixa aderência e gerencia automaticamente a força a ser aplicada em cada roda, a fim de maximizar a potência de frenagem. Já o freio-motor tipo borboleta tem potência de 325 cv a 2 400 rpm, com funcionamento em dois estágios. Na fora do padrão esperado. O filtro coalescente, que garante maior eficiência na remoção de água do sistema de freios, é de série. Esse sistema colabora para com a maior vida útil das válvulas e dos componentes do freio.
O Constellation 25.390 também está mais leve. Sua tara foi reduzida em 835 kg para proporcionar maior capacidade de carga. A engenharia da MAN conseguiu redimensionar a quinta roda, possibilitando a acoplagem de semirreboques de até 15 18 metros de comprimento. O feito beneficiará as empresas que trabalham com cargas volumosas.
O caminhão atende aos mais diversos segmentos como carga seca, frigorífico, furgão, graneleiro, sider, silo, tanque, cegonha etc. Para o modelo, a fabricante está oferecendo 3 anos de garantia para o trem de força (a Iveco oferece 4 anos para a linha Stralis) e seis meses gratuito de “Volksnet”, uma ferramenta de monitoramento, rastreamento e telemetria que dá suporte à operação.
CABINE DO CONSTELLATION
Por fora, apesar de não ter passado por alterações, a aparência do modelo permanece moderna. Na versão standard, o para-choque é pintado na cor do veículo. O exemplar testado conta com farol auxiliar para melhorar a visualização noturna, além de tela de proteção do radiador, que colabora para com a manutenção da limpeza do radiador e o protege contra pedras. Os espelhos retrovisores têm regulagem elétrica e os vidros e as travas também, tudo de série.
A porta possui abertura de 90 graus, facilitando o acesso do motorista à cabine. Algo que chama a atenção é o baixo ruído a bordo do veículo. Santos explica que isso se deve ao pacote acústico extra, que vai além da demanda legal. A altura total interna da cabine é de 2 000 mm, com isso o motorista não fica prejudicado com o nível do túnel do motor de 350 mm. Para prover ainda mais o conforto do motorista, o banco tem suspensão pneumática e várias opções de ajustes. A coluna de direção também é ajustável. O painel de instrumentos foi totalmente renovado e possui computador de bordo integrado. Ainda no quesito conforto a bordo, o caminhão conta com ar-condicionado e vários portas-objetos pelo interior da cabine.
NA ESTRADA
Operar com o Constellation é algo bem agradável: ele é confortável e silencioso. Mas o que chama a atenção é o desempenho do veículo graças à nova potência. A estabilidade do veículo descendo a Serra da Anchieta, em pista molhada, também é algo a se destacar. E nessas condições de chuva o freio-motor tem um ótimo poder de frenagem no primeiro estágio. Nessa etapa o veículo desceu a rodovia a 30 km/h, a 1 700 rpm e quinta marcha reduzida e seguiu assim até a chamada “Curva da Onça”. A partir daí foi possível passar para quinta marcha simples e aumentar a velocidade para 35 km/h a 1 650 rpm.
O Constellation estava atrelado a um semirreboque carga seca de 3 eixos, com 33 t de PBTC. Ao nível do mar, com destino a Peruíbe, “São Pedro” colaborou e, sem chuva, conseguimos alcançar a velocidade de 80 km/h, sempre em 8ª simples e rotação na média dos 1 400 rpm, a chamada velocidade de cruzeiro. Com destino ao Planalto Paulista, até antes da balança da rodovia dos Imigrantes, em 7ª simples alcançamos a velocidade de 55 km/h a 1 400 rpm.
O caminhão alcançou tal velocidade rapidamente – vale lembrar que o trecho é bem íngreme, o que prova, no entanto, a força do seu motor. Esse motor possibilitou ao veículo trafegar assim até a interligação da rodovia dos Imigrantes com a Anchieta. A partir desse trecho, por causa do trânsito de caminhões, fomos obrigados a prosseguir numa velocidade média de 40 km/h a 1 500 rpm,em 6ª simples.
CONCLUSÃO
O Constellation 25.390 6×2 é dedicado ao transportador que preza pela economia de combustível. Por ser espaçoso e robusto, e agora aliado ao consumo, graças à motorização, é um veículo dedicado às operações de longas distâncias, no transporte de cargas volumosas.