Idade media dos caminhões interfere na negociação do frete?

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Será que a idade média dos caminhões realmente é um problema na hora da negociação do frete? Esse é uma das principais questões enfrentadas pelos caminhoneiros autônomos. Afinal, como se manter competitivo no mercado de fretes com seus caminhões cada vez mais desatualizados? 

Dados da Agência Nacional de Transportadores Terrestre (ANTT), com base nos números do Registro Nacional de Transportadores Rodoviário de Cargas (RNTRC), mostram que do total de 1.233.047 transportadores registrados, 933.485 são autônomos. E do total de 2.716.656 da frota brasileira, 999.636 está nas mãos dos autônomos sendo a idade média dos caminhões de 22,3 anos. Já a idade média da frota concentrada na mão das empresas é de apenas 10,88 anos.

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Esta realidade coloca os profissionais dentro de um ciclo oneroso complicado e bastante difícil de sair. Afinal, para conseguir fretes compensadores muitas empresas exigem caminhões com no máximo 10 anos.  Como consequência de não atenderem essa exigência, não conseguem fazer uma reserva ou se sentirem seguros para entrar em um financiamento.

Idade média dos caminhões x aumento de custo

A situação vai se agravando ao longo do tempo pois o caminhão mais antigo além de não ser atrativo para as transportadoras ainda compromete a segurança dos usuários das rodovias, exige mais manutenção e tempo parado, o que para o caminhoneiro é sinônimo de perde de receita. E dentro desse ciclo o motorista não consegue evoluir na profissão e muito menos fazer conta para saber se o custo mensal que ele está tendo com manutenção, diesel e tempo parado ou os imprevistos é maior do que uma parcela de financiamento, caso opte em vender o veículo mais antigo e pular para outro um pouco mais novo.

Dicas para aumentar a margem de lucro dos serviços de frete 

Para Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC,  fazer conta é o primeiro passo para conseguir sair desse ciclo e decidir se vale a pena manter o caminhão antigo ou se arriscar para ter um caminhão mais novo. “Como eu sempre digo, tem que fazer conta, mas é importante fazer a conta certa.Além do custo de manutenção alto há questão do aumento do consumo de combustível, o custo do tempo do veículo parado na manutenção e o lucro cessante. Sem falar no maior risco de acidente por falha mecânica. Mas é importante que o contratante também entenda que caminhões mais novos trazem vantagens mas custam mais caros e o frete tem que refletir isto”, destacou.