A atual crise econômica fez com que muitos transportadores frotistas e autônomos adiassem a troca de seus caminhões e implementos rodoviários, resultando uma queda de cerca de 40% na indústria e o fechamento de milhares de vagas. O movimento de caminhões nas estradas caiu 6,1%, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). E, difícil de mensurar, mas o volume de cargas transportadas por caminhões pode ter caído muito mais do que esses 6,1%, pois não há dados confiáveis para saber o quanto que os veículos passaram menos carregados.
Mas se os transportadores não estão renovando suas frotas por causa do momento econômico, eles precisariam cuidar da manutenção dos veículos que estão ficando mais velhos. Porém, a necessidade de economizar pode ampliar outras estatísticas não desejadas por ninguém: o aumento de acidentes por falhas mecânicas, ampliação dos problemas de engarramento de trânsito e prejuízos financeiros por entregas não realizadas porque o caminhão quebrou no meio do caminho.
Um estudo conduzido pela Volvo Trucks aponta que oito de cada dez paradas do caminhão podem ser evitadas com a manutenção preventiva. Mas também sabemos que muitos caminhoneiros não fazem a devida manutenção preventiva por falta de recursos financeiros e tempo para parar, tudo consequência do baixo valor pago pelo frete e a altíssima pressão dos embarcadores por transporte rápido e barato.
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal divulgados em recente Seminário Volvo Zero Acidentes, do Programa Volvo de Segurança no Trânsito, em 2014 aconteceram 28.871 acidentes envolvendo caminhões, com 7.844 feridos e 1.436 mortos. Essa realidade precisa mudar. Iniciativas como as de montadoras que têm investido em caminhões mais modernos e seguros, eventos de conscientização e programas de treinamento não vão conseguir mudar essa realidade sozinhas. Todos os segmentos da sociedade precisam participar e cooperar para termos estradas mais seguras e sustentabilidade do transporte.
