Mal começamos o ano, inclusive com alguns pontos já mencionados nos últimos artigos que escrevi neste espaço, o que parecia algo pouco provável se tornou uma realidade. Centenas de pontos de bloqueio em diversas rodovias espalhadas pelo Brasil ocorrem no mês de fevereiro. Sinal de que o nosso rei da estrada (leia-se caminhoneiro) está cansado de tanta exploração e resolveu dar um basta, promovendo um movimento diferente de outros que já assisti. Uma paralisação que resistiu e, mesmo com algumas conquistas, foi um acordo feito às pressas pelo governo, que a meu ver, não representam as reais necessidades desses profissionais.
O que me chama mais a atenção é que esse governo que ai se encontra foi quem mais se utilizou de meios como greves, paralisações, movimentos dos sem terras, tudo em busca da justiça social, e, durante a greve, assisti diversos vídeo pela internet com policiais agindo de forma bruta sem dar o direito aos profissionais do volante de se manifestarem pacificamente. É óbvio que o país pode parar se não resolver essas questões, mais isso não para por ai. Durante os protestes, podíamos ver a adesão de agricultores, de donas de casa, de pessoas dos mais variados segmentos da sociedade, aderindo ao movimento. Será que essa onda vai pegar força suficiente para se tornar algo parecido ao que ocorreu no ano passado?
As manifestações estão se tornando cada vez mais constantes e acredito que estamos vivendo uma nova fase no Brasil do futebol e do samba. Um país mais afinado com seus anseios, um povo mais esclarecido, que aos poucos vai ganhando força para encarar o desafio de enfrentar esse bando de políticos corruptos.
Muitas cidades já deram sinais de colapso em razão da não chegada de alimentos, insumos, combustíveis, a água, em fim, tudo que você possa imaginar. Só vimos isso em tempo de guerra. Então, estamos vivendo uma guerra, que posso chamar de ”guerra branca”, e numa guerra, existem perdas, baixas, prejuízos, mas tudo por uma razão, um motivo, que leva um povo a guerra. Buscar o equilíbrio, o justo, uma nação que possa ser promissora, que possamos criar nossos filhos com dignidade, respeito, e principalmente com orgulho de ser brasileiro, isso eu chamo de óbvio.