Sula: início de uma era

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Apesar de o Brasil viver um momento delicado no cenário político e econômico, não podemos deixar de dar destaque a uma conquista que transformará definitivamente a vida dos profissionais do setor do transporte. A presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 13 103/2015 praticamente sem veto ou qualquer ressalva, num momento em que crescia a adesão dos profissionais para uma paralisação geral no país, no início de março.

Conhecida como a “Lei do Caminhoneiro”, ela substitui a Lei 12 619/12. Com essa medida, alguns setores entendem que o novo conjunto de regras pode colocar em risco os profissionais, pela possibilidade de expor o profissional a uma carga de trabalho que pode chegar a 12 horas, dependendo de acordo com sindicatos e entidades.
 
Não podemos deixar de reconhecer isso como uma vitória. O fato é que essas medidas serviram para uma mudança de comportamento, tanto dos profissionais do volante como dos empresários e embarcadores, no sentido de promover um novo entendimento ao contratar um frete.

Esse pode, e acredito que deverá, ser o início de uma nova era, na qual deva prevalecer o bom senso entre as partes, colocando em primeiro lugar a segurança e a integridade não só dos profissionais do volante, mas também de tantos usuários das estradas que muitas vezes engrossam as estatísticas de acidentes fatais, envolvendo caminhões e veículos de pequeno porte, tendo como principal causa o cansaço extremo dos caminhoneiros. 

Para conseguir chegar a um novo patamar, será preciso muito esforço, principalmente, por parte do governo e da iniciativa privada em geral, no sentido de viabilizar uma infraestrutura de apoio nas estradas adequada para atender as necessidades básicas de forma digna e respeitosa de uma classe tão sofrida, que é a dos caminhoneiros. 

Temos que acompanhar de perto a evolução dessas questões, pois do que vai adiantar uma nova lei, com regras discutidas exaustivamente pelos setores representativos, se não mudarmos nosso conceito, nossa cultura, nosso comportamento, que quase sempre é regido dentro daquela velha e conhecida “lei de Gérson”, na qual todos só pensam em vantagens próprias.

Portanto, cabe aos meus amigos leitores uma profunda reflexão e realinhamento na maneira de enxergar os interesses de todos, em prol de um Brasil mais justo.