A parceria para o transporte sustentável entre embarcadores e transportadores vem crescendo no Brasil. A mais recente é entre a Transportadora Cavalinho e a Rhodia, empresa do Grupo Solvay, em projeto-piloto para testar um caminhão Scania movido a gás.
O veículo será utilizado para o transporte de fenol produzido em Paulínia (SP) pela Rhodia para o SI Group Crios Resinas, cujas instalações estão em Rio Claro (SP).
Na primeira fase do projeto-piloto, as empresas avaliarão o desempenho e comportamento do veículo que usa uma fonte alternativa de combustível nessa rota em São Paulo. A expectativa é a de que o uso de energia mais limpa permita a redução mensal de 90% das emissões de CO2 e os veículos se tornem mais silenciosos em atividade.
A Transportadora Cavalinho somente conseguirá alcançar a redução de 90% das emissões de CO2, como pretende, se utilizar o gás biometano produzido a partir de fontes renováveis, como lixões. Ainda é um desafio encontrar biometano para abastecimento em São Paulo. Para se ter uma ideia, os caminhões a gás da RN Express que já trabalha com resultados positivos para a L’Oréal abastece o veículo com biometano no Rio de Janeiro e, em São Paulo, somente com GNV (Gás Natural Veicular). Os ganhos ambientais com o GNV, gás de origem fóssil e não renovável, são de apenas 20%.
A operação
Mensalmente, o total percorrido na rota entre as fábricas da Rhodia e do SI Group Crios Resinas é de aproximadamente 6 mil quilômetros. Cálculos da Transportadora Cavalinho indicam que as emissões dos caminhões a diesel alcançam 5.64 ton/CO², enquanto o caminhão a gás natural são de apenas 0.56 ton/CO²
De acordo com Paulo Ossani, diretor da transportadora Cavalinho, a adoção de novas alternativas de combustíveis no transporte de cargas é um movimento natural do setor. “As empresas do setor de cargas têm buscado incrementar a sustentabilidade em suas operações, por meio de iniciativas de redução, compensação e ou neutralização de emissões de carbono. Cada vez mais veremos nas cadeias produtivas a utilização de variadas fontes alternativas de combustível”, diz Ossani.
O caminhão Scania utilizado nesse projeto possui cavalo mecânico movido a gás natural veicular com tecnologia EURO 6, conforme a oitava fase do Proconve – Programa de Controle de Emissões Veiculares.
Segundo Reginaldo Lazari, Gerente de Supply Chain da Rhodia na América Latina, o projeto-piloto recebeu o aval da empresa após um rigoroso processo de avaliação de segurança de transporte. “Temos procedimentos muito rigorosos, que o mercado de transporte de cargas já reconhece há muitas décadas”, disse, acrescentando que o SI Group Crios Resinas, cliente do fenol da Rhodia, também deu parecer favorável ao projeto de uso de gás natural no transporte.
O Fenol é um dos principais produtos químicos fabricados pela Rhodia em uma unidade industrial estado-da-arte no conjunto químico da empresa, em Paulínia (SP). Tem aplicação em diversos mercados, sendo empregado na produção de resinas fenólicas utilizadas por indústrias de fundição, automotiva e de madeira. Também é insumo fundamental na cadeia industrial da poliamida (náilon) no Brasil, como intermediário químico para a produção de polímeros e fibras têxteis.