Com investimento confirmado de R$ 1 bilhão para os próximos três anos, o Grupo Volvo América Latina reuniu todos os seus executivos nesta terça-feira (14 de fevereiro), em São Paulo, para falar com a imprensa sobre os resultados de 2016 e dizer que está preparada e confiante na retomada da economia brasileira.
Sem detalhar muito sobre o investimento de R$ 1 bilhão, o presidente do grupo na América Latina, Wilson Lirmann, disse que mais 90% ficarão no Brasil, na modernização da fábrica de Curitiba (PR), no desenvolvimento de novos produtos para complementar a gama de produtos e na rede de concessionárias. O restante será o desenvolvimento dos negócios da marca na região, principalmente no Chile, onde sete novas concessionárias serão abertas para totalizar 13 casas.
CRESCER APÓS QUEDA DE 73%
Em 2016, a empresa emplacou 5.614 caminhões no Brasil, 73% menos do que no melhor ano da marca no país, que foi o ano 2013 com 20.731 unidades. Para 2017, a marca espera crescer 10%, percentual acima da média estimada pela Anfavea (associação das fabricantes), de 6,4%, e similar ao que os concorrentes também estimam para o mercado de caminhões acima de 16 toneladas de PBT.
A empresa comemora o fato que, mesmo em com a pior crise do setor, ela permaneceu como líder do segmento de caminhões pesados pelo terceiro ano consecutivo e 27,5% de participação.
Bernardo Fedalto, diretor de caminhões Volvo no Brasil, Paraguai, Bolívia e Uruguai, a Volvo trabalha para garantir no mínimo a sua participação de líder com 28% de participação com a família F (FH, FM e FMX) e crescer nos semipesados com a família VM. Para isso, a empresa reforçou o time com a contratação do executivo Alcides Cavalcanti para a diretoria de vendas caminhões Brasil. Cavalcanti começou sua carreira na Volvo e depois de passar por outras marcas, como a Iveco e Foton, retorna a casa sueca.
LIDERANÇA EM PESADOS
Os modelos FH 460 e FH 540, segundo dados da Fenabrave (associação dos distribuidores), há meses reversam a posição de liderança com o Scania R 440, porém, quando somada as vendas dos dois FH, a marca consolida sua posição de líder.
O feito da liderança se repete no Peru, onde ela conta com uma participação de 28,2%. Na Argentina, país que também está em busca da retomada da economia após anos e anos de decrescimento, a Volvo praticamente dobrou a sua participação de 8% para 15,5%.
Segundo o presidente do grupo na América Latina, Wilson Lirmann, a Volvo conseguiu manter o equilíbrio dos negócios por causa do crescimento alcançado nos países vizinhos, principalmente, Argentina, Chile e Peru. As exportações para os países da América Latina cresceram 30% e representaram 42% de toda a produção na fábrica de Curitiba (PR). Em 2015, o volume da produção exportada era de 29%.
No mundo, os negócios com caminhões são responsáveis por 66% do faturamento do grupo, ônibus respondem por 8% e máquinas de construção por 17%. O restante se divide em motores (embarcações e industriais) e serviços financeiros.
ÔNIBUS
O mercado de ônibus além da crise econômica, também está sujeito a questões políticas relacionadas ao transporte público de passageiro. Em 2016, a Volvo emplacou 644 chassis, 62% do que em 2012, melhor ano para a empresa, quando entregou 1.687 unidades.
Mesmo diante desse cenário, segundo o presidente da Volvo Bus América Latina, Fabiano Todeschini, a empresa conseguiu aumentar a sua participação de mercado de 9,3% para 9,5%. O modelo B270F foi o responsável por cerca de 50% das vendas em 2016.
Assim como em caminhões, as exportações contribuíram para o resultado equilibrado da empresa. Ela cresceu 65% no Peru e conta com uma participação de 30%. De cada 100 ônibus que saem da fábrica de Curitiba, 53 vão para os países vizinhos.
O Brasil já foi o maior mercado de ônibus para a Volvo no mundo. Atualmente é o sexto, atrás dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, México e Israel.