Padrão nos veículos europeus, o piloto automático adaptativo (ACC), aos poucos, vem ganhando espaço no Brasil. Depois dos automóveis e caminhões topo de linha, a Mercedes-Benz é a segunda montadora (primeira foi a Scania, no ano passado) a disponibilizar a tecnologia aos frotistas de ônibus rodoviários. A Viação Águia Branca, de Cariacica (ES), será a primeira operadora de transporte de passageiros a receber duas unidades do modelo com o pacote máximo de tecnologia de segurança disponível no País.

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Radar consegue detectar veículos até 200 metros à frente. Fotos: Mercedes-Benz

O que torna os chassis O 500 RS e RDS (em breve no 8×2 DD) em vantagem (pelo menos, por enquanto) é o piloto automático adaptativo, que começa a ser montado nesses modelos da Mercedes-Benz (quando solicitado pelo cliente) a partir de agosto. Diversas outras tecnologias avançadas de segurança, como controle de estabilidade, antitombamento etc., são oferecidas por Mercedes-Benz, Scania e Volvo, o que tem elevando bastante o padrão de segurança de parte da frota de ônibus rodoviários no Brasil. 

Como funciona o ACC 

O piloto automático adaptativo (ACC) conta com avançada tecnologia que, por meio de sensores, “enxerga” (mesmo sob neblina e à noite) até 200 metros à frente. Ele garante uma distância de segurança do veículo que vai adiante conforme estágio programado pelo motorista. São sete estágios marcados em segundos para definir a distância do veículo à frente. Por exemplo, o ônibus a 100 km/h. Em um piloto automático convencional, se o veículo a frente reduzir a velocidade ou entrar outro veículo entre eles, o motorista precisa pisar no freio para reduzir a velocidade e o piloto automático é desligado.

No ACC, se necessário, o próprio sistema aciona o freio sozinho para manter a mesma distância (em tempo) de segurança. A distância aumentando, o ACC acelera sozinho o ônibus até atingir a velocidade previamente programada. O motorista precisa cuidar apenas do volante. Assim, quando o motorista programa, por exemplo, o estágio de 4 segundos, o ônibus vai manter a distância de 144 metros. Se o veículo da frente reduzir para 60 km/h, o ônibus vai manter os 4 segundos de distância, porém, a distância será menor. 

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Se o veículo à frente estiver em velocidade inferior, o ACC adequa a velocidade do ônibus para manter a distância (em tempo) programada pelo motorista.

Junto com o ACC, há o AEBS (sistema avançado de freio de emergência em português), tecnologia disponibilizada pela Mercedes-Benz no ano passado. Para frenagens normais, apenas para ajustar velocidade, o ACC usa o sistema convencional de freios do ônibus, como retarder. Mas, em caso de uma frenagem de emergência, o ACC aciona o AEBS que vai aplicar toda a força possível para parar o ônibus no menor espaço possível.

Preço

Por enquanto, o ACC estará disponível somente nos chassis rodoviários, pois ele só funciona em velocidade superior a 15 km/h. Para ônibus urbanos, o desenvolvimento ainda continua devido a complexidade de mobilidade dentro das cidades.

Segundo o diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa, o preço do pacote tecnológico (ACC, AEBS e leitor de faixa) varia de 3% a 8% do valor do chassi. O percentual varia em função do chassi escolhido, 8% para um O 500 RS 4×2 com motor de 354 cv e 3% para um O 500 RSD 6×2 com motor de 408 cv. 

O ACC amplia a lista de equipamentos de seguranças dos chassis rodoviários da Mercedes-Benz, que conta com controle de estabilidade, antitombamento, tração, pressão dos pneus etc.

Na edição 176 (em agosto nas bancas) da revista TRANSPORTE MUNDIAL, vamos apresentar mais análises sobre essas tecnologias nos ônibus Mercedes-Benz. A TRANSPORTE MUNDIAL também está disponível em bancas virtuais, como a do UOL

 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).