Com os números de emplacamentos fechados de 2020, a partir de dados do Denatran e divulgados pela Anfavea (associação dos fabricantes), vamos fazer a análise dos resultados as marcas que mais cresceram em 2020.
Os critérios: o melhor percentual dos emplacamentos acumulados de 2020 comparado com a média do mercado de caminhões como um todo, que teve queda de 11,5%. A diferença percentual mostra o desempenho da marca no ano passado. A montadora que estiver, mesmo que negativo, mas com taxa abaixo dos -11,5% pode se considerar com bons resultados para um ano de grandes desafios. A empresa que tiver um resultado positivo, não existe crise econômica para ela, pelo contrário, está aproveitando a crise para crescer. Já, a marca que tiver um percentual mais negativo do que -11,5%, significa que ela está perdendo espaço para a concorrência. Confira:
Total de emplacamentos em 2020 x 2019
IVECO
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2020 (unidades) |
2019 (unidades) |
Percentual |
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5.064 |
3.889 |
30,2% |
- Nos números de emplacamentos de caminhões não estão incluídos os modelos Daily de 3.500 kg de PBT, pois a legislação enquadra essas versões na categoria de comercial leve e picapes.
- Percentualmente, o segmento que a Iveco mais teve resultados foi o de caminhões médios, porém, a base de comparação era muito baixa, de 121 unidades em 2019 e 460 no ano passado.
- Em termos de volume, ela entregou mais caminhões semipesados, 1.817 Tector x 1.144 unidades no ano anterior, um crescimento de 58,8%, conforme critérios da associação das marcas.
- A Iveco só não foi bem no segmento de caminhões pesados, o maior e mais competitivo do Brasil. Ela emplacou 1.599 unidades em 2020 contra 2.022 em 2019, uma redução de 20,9%, enquanto todo o seguimento teve redução de 14,4%.
DAF
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2020 (unidades) |
2019 (unidades) |
Percentual |
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3.831 |
3.226 |
18,8% |
- A maior parte dos resultados da DAF foi do modelo XF105, com 2.924 unidades. Assim, a diferença de 907 caminhões são do modelo CF e já teve ter algumas unidades do novo XF.
VWCO/MAN
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2020 (unidades) |
2019 (unidades) |
Percentual |
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25.586 |
26.740 |
-4,3% |
- Considerando que o mercado como um todo caiu 11,5%, as perdas da Volkswagen Caminhões e Ônibus foram mínimas diante outras marcas.
- Segundo o presidente e CEO da VWCO, Roberto Cortes, apesar da queda de 4,3%, 2020 foi um ano muito positivo porque a empresa conseguiu ter o resultado melhor do a média e ainda conquistou 2,1 pontos percentuais de participação de mercado sobre 2019, quando tinha 26,4% e, agora, 28,5%.
- O segmento que a empresa teve maior crescimento foi no de semipesados, com evolução de 10,4%. Foram entregues 11.309 Constellation em 2020, contra 10.243 em 2019. Ela, inclusive, é a líder da categoria e isso deve a vasta linha de modelos e versões. É nesta faixa de mercado que a fabricante tem o maior volume de vendas.
- No segmento dos caminhões semileves, devido a forma de classificação do setor, ela teve a maior redução de entregas, de 1.153 unidades para 556. Isso, na verdade, é porque o principal concorrente dos VW semileves é também fabricado em Resende (RJ), e trata-se do chassi cabine Delivery Express, classificado pela legislação como camionete, e um sucesso de vendas da marca. O Express entra na estatística de comercial leve e teve 3.381 unidades emplacadas em 2020, ou seja, seis vezes mais do que os modelos Delivery 4.160 e 6.160 juntos.
MERCEDES-BENZ
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2020 (unidades) |
2019 (unidades) |
Percentual |
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26.758 |
27.993 |
-4,4% |
- Líder do mercado de caminhões, mesmo agora tendo a estatística da linha Sprinter fora, a Mercedes-Benz apresenta números similares aos da VWCO.
- A marca da estrela também teve um resultado positivo em semipesados, com 7.464 unidades emplacadas em 2020, contra 7.359, um crescimento de 1,4%. No segmento de médios, a Mercedes-Benz praticamente empatou o resultado de 2020 com 2019 (1.643 x 1.639). Nesses dois segmentos mostram que a marca da estrela precisa fazer uma boa renovação ou ampliação de modelos e versões se quiser ter números grandes como os da Volkswagen.
- O segmento que a Mercedes-Benz tem maior volume de vendas é o de caminhões pesados, com 13.196 unidades em 2020 contra 14.114 em 2019, uma queda de 6,5%, resultado melhor do que a média dessa categoria, que registrou baixa de 14,4%. Vale lembrar que os cavalos mecânicos são os de maior rentabilidade para a indústria, com valor médio de R$ 551 mil.
VOLVO
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2020 (unidades) |
2019 (unidades) |
Percentual |
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14.976 |
16.844 |
-11,1% |
- Por oferecer produtos apenas para os segmentos de pesados e semipesados, a Volvo, como DAF e Scania, não podem ser analisadas no mesmo parâmetro das full liner (com produtos a partir de 3,5 toneladas de PBT até os pesados, como Iveco, Mercedes-Benz e VWCO).
- Pela comparação de total de caminhões, a Volvo teria praticamente ficado na média da queda de mercado de 2020. No entanto, no segmento de pesados, o principal da marca, ela teve queda de 12,1%, enquanto o segmento caiu 14,4%. Foram 12.755 caminhões vendidos em 2020 contra 14.505 em 2019.
- A linha VM, com foco principal no segmento de caminhões semipesados, teve resultados com 2.221 unidades licenciadas em 2020 e 2.339 unidades em 2019, redução de 5%, enquanto o mercado todo nesta categoria teve queda de 0,5%.
SCANIA
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2020 (unidades) |
2019 (unidades) |
Percentual |
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8.712 |
12.757 |
-31,7 |
- Realimento de preço? Aceitação da nova geração? Maior demanda das importações? Queda na produção? Em breve saberemos as razões da Scania ter tido os resultados diferentes das demais marcas do mercado de caminhões pesados, pois, geralmente, a Scania marca coletiva de imprensa no mês de fevereiro para balanço do ano anterior e perspectivas para o ano que começa.
- Desde o lançamento da nova geração, o foco da Scania tem sido no segmento de caminhões pesados, deixando para os semipesados para uma próxima etapa. Em 2020 foram emplacados 8.690 unidades contra 12.669, uma queda de 31,4%. Aqui já se percebe que, no segmento de semipesados foram 22 caminhões entregues.
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