Axor 3344 mostra força e resistência no campo

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O Mercedes-Benz Axor 3344 é um caminhão traçado voltado para atividades fora de estrada, sendo sucesso de vendas nos segmentos canavieiro e madeireiro e também nos canteiros de obras. Lançado em 2005 nas versões P (plataforma), K (caçamba) e S (cavalo mecânico), o caminhão ganhou notoriedade na configuração rígida, mas ao longo dos anos vem conquistando clientes na versão cavalo mecânico, com a cana, por exemplo, cuja colheita é temporária, podendo aproveitar o cavalo em outras combinações, até dentro da própria aplicação.

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Isso se constitui vantagem, uma vez que, enquanto o semirreboque descarrega na usina, o cavalo pode atrelar-se a outro implemento vazio e voltar para o campo. Por conta de suas múltiplas facetas, 3344 tornou o preferido na operação do Grupo São Martinho, um dos gigantes na atividade sucroenergética do país. 
Com uma frota de 556 caminhões, de leve a pesados, incluindo ônibus, 61% dos veículos são da marca da estrela de três pontas, e 164 são do modelo Axor 3344 6×4, entre rígidos e cavalos, com idade média de quatro anos. Para conhecer o comportamento do principal representante na colheita de cana do Grupo São Martinho, TRANSPORTE MUNDIAL avaliou a versão S do brutão na usina em Pradópolis, na região de Ribeirão Preto, interior paulista. 

Trata-se de uma das maiores usinas do mundo em operação, ocupando uma área com raio de aproximadamente 33 km. Para se ter uma ideia, neste ano estima-se a moagem de 10 milhões de toneladas de cana. Para tanto, cada Axor 3344, atrelado a um rodotrem de nove eixos, tem a função de cumprir uma carga horária de três turnos de oito horas cada, com troca de motorista, fazendo o transporte de 500 t de cana por dia, da fazenda à usina. Portanto, o caminhão não pode parar.
 
Segundo Richardson Pereira Gouveia, gestor de manutenção agrícola do Grupo São Martinho, o 3344 tem como principais pontos fortes a mecânica simples, o que torna a manutenção mais fácil, além de suportar o dia a dia da operação. “Os Axor estão sempre ativos. São modelos que têm disponibilidade de peças, além de atuarem cerca de 95% do tempo, e na nossa operação esses fatores fazem a diferença. Além disso, ele é acessível em termos de manutenção se comparado até a outras marcas que temos aqui na mesma operação”, completa Gouveia.

PRODUTO RENOVADO
Em 2010, a Mercedes deu uma repaginada na gama, incluindo os vocacionais, quando introduziu a linha Axor Premium – os caminhões contam com câmbio semiautomatizado e o freio ABS (que na época ainda não era obrigatório) como equipamentos de série.

Na sequência, a marca introduziu o motor OM-457 LA de 12 litros, que atende à norma de redução de emissão a P7, por meio da BlueTec 5, tecnologia exclusiva da Mercedes-Benz que utiliza o sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva) de pós-tratamento de gases. É um motor de 6 cilindros que desenvolve 439 cv de potência a 1 900 rpm e torque de 219,2 mkgf a 1 100 rpm. Permanece a transmissão semiautomatizada, também produzida pela MB, a G-240 de 16 marchas, conhecida como ComfortShift.

A caixa possui anel sincronizador, e a Mercedes optou por mantê-la semiautomatizada devido ao perfil de atividade, que exige componentes mais robustos e resistentes. Porém, quem usa a caixa totalmente automatizada, oferecida por dois concorrentes, prefere esta opção do que a semiautomatizada, pois os anéis sincronizadores sempre foram causa de aumento de manutenção de forma geral, independentemente do fabricante. A embreagem tem espessura de 400 mm. O trem de força se completa pelo freio-motor Top Brake e o freio retarder Voith R 115 HV, que juntos possuem poder de frenagem de 1 000 cv.

A robustez se destaca por uma série de equipamentos, como os eixos traseiros HD-7/HL-7 com redução nos cubos, reforçados e com capacidade técnica para 13 t cada um.

O conjunto proporciona sincronia e rendimento para o trabalho pesado. Além disso, possui bloqueio transversal e longitudinal do diferencial, suspensão tandem com molas, amortecedores e barra estabilizadora. Isso resulta em maior estabilidade e melhor aderência nos pisos irregulares, mesmo em condições desfavoráveis à tração, o que nossa equipe comprovou na prática, na estrada de terra dentro da fazenda São Martinho. Chamou a atenção o bem-estar a bordo mesmo rodando em pisos irregulares, graças à suspensão do veículo.

Com tração 6×4, PBT técnico de 33,5 t, PBTC (Peso Brupo Total Combinado) de 74 t e CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 123 t, o Axor 3344 pode receber os mais variados tipos de implementos e é frequentemente utilizado com combinações do tipo romeu e julieta de quatro eixos, rodotrem ou treminhão.

A CABINE
Uma novidade que a Mercedes introduziu na sua linha off-road foi o conceito de conforto a bordo para o motorista. Com isso, o caminhão ganhou estofado mais confortável e de fácil limpeza. Travas e vidros elétricos, ar-condicionado e climatizador passaram a ser itens de série. A versão avaliada possui cabine estendida com distância de entre-eixos de 3 300 mm.

O pacote de equipamentos do off-road Axor ainda conta com computador de bordo com planejamento da manutenção do veículo, controle do consumo de combustível e diagnóstico de falhas, limitador e alarme de velocidade e volante regulável. O condutor conta com nichos para tornar o seu dia a dia mais prático, como porta-óculos, para-sol nas portas e porta-objetos. O banco é pneumático e está mais ergonômico, graças à espuma de alta densidade e às diversas regulagens, como as do sistema de amortecimento horizontal e vertical.

Assim como em todos os modelos fora de estrada, o porte do 3344 possui para-choque mais elevado produzido com material mais resistente. As escadas de acesso também são adequadas à operação. As laterais da cabine possuem saias emborrachadas que também ajudam a proteger a lataria do veículo nos campos off-road, já que são flexíveis e absorvem os impactos.

Esses diferenciais do Axor 3344 6×4 agradam João Luiz Tomazeli, motorista da Usina São Martinho há dois anos. Segundo Tomazeli, que trabalha nas altas temperaturas da fazenda na região de Ribeirão Preto, o conforto do ar-condicionado faz toda a diferença. “Como não rodamos por longos trechos, e dentro do campo, por causa das estradas de terras, temos de trafegar a uma velocidade entre 30 km e 40 km/h, a caixa semiautomatizada ajuda muito”, diz. Nessa velocidade média, o caminhão elegeu a quarta marcha e, eventualmente, alcançava a quinta, nunca passando dos 1 350 rpm. Lembramos que a faixa de rotação do modelo é de 900 a 1 600 rpm, ou seja, uma faixa ampla.

Da fazenda ao caminho da usina – onde a cana é levada para a moenda por um pequeno trecho do trajeto de aproximadamente 10 km por rodovia –, o Axor alcança a velocidade de 70 km/h, limite de segurança estipulado pela São Martinho. Nesse trajeto a ComfortShift elegeu 14ª variando e não ultrapassando os 1 500 rpm.

A Mercedes-Benz tem obtido sucesso de vendas na colheita da cana-de-açúcar com o Axor 3344 6×4 graças à simplicidade e à robustez dos componentes. Isso tem rentido boa fama ao caminhão e cada vez mais grande número de adeptos no segmento.