Operando desde janeiro deste ano na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a linha de montagem de cabine com novas tecnologias de inteligência artificial (realidade virtual, abastecimento de peças na linha com pequenos veículos autônomos etc.) já é realidade na Mercedes-Benz e será em toda indústria de caminhões em um futuro muito próximo.
Veja vídeo de 1 minuto sobre esta nova linha de montagem de cabine 4.0 e abaixo o texto que explica o que é uma fábrica 4.0.
Entenda o que é uma fábrica 4.0
Em março de 2018, a Mercedes-Benz já havia apresentado os primeiros passos para a indústria 4.0. No dia 29 de março daquele publicamos o artigo “O que frotistas ganham com a nova fábrica 4.0 da Mercedes-Benz?”, link para este artigo no final deste texto.
A linha de montagem de cabinas 4.0 é mais um passo nessa revolução, com o uso da inteligência artificial e a redução da dependência do trabalho humano.
Os pilares da quarta revolução industrial utilizada tecnologia digital, uso de óculos de realidade aumentada, robôs colaborativos, exoesqueleto, conectividade, dados na nuvem, Big Data e Internet das Coisas, conceitos presentes na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).
Novas fases
Segundo o presidente da Mercedes-Benz, Philipp Schiemer, este conceito 4.0 agora vai avançar para a produção de agregados, como motores, câmbios e eixos, e também de chassis de ônibus. Com isso, a Mercedes-Benz projeta ganhos de 15% em eficiência e 20% em logística em relação aos processos anteriores.
“Com a nova linha de cabinas, seguimos entregando investimentos no Brasil, dentro do aporte de R$ 2,4 bilhões programado entre 2018 e 2022”, informa Philipp Schiemer. “Ou seja, a Mercedes-Benz segue confiando no potencial do mercado brasileiro”.
Dados gerados por equipamentos como as apertadeiras eletrônicas, robôs e AGVs (Automatic Guided Vehicle ou Veículo Guiado Automaticamente) são armazenados em um Data Lake e alimentam sistemas de Inteligência Artificial e Big Data. Utilizando recursos de Analytics, pode-se monitorar a qualidade de todos os produtos, detectar falhas e até fazer uma correlação com as informações de Vendas, flexibilizando o mix de produção.
Iveco em Sete Lagoas foi a primeira a usar óculos de realidade aumentada em 2015

A Iveco, em Sete Lagoas (MG), já trabalhava com um projeto Glass de realidade aumentada com uso do Google Glass desde 2015. A Mercedes-Benz do Brasil é a segunda montadora no Brasil e a primeira dentro do grupo Daimler Trucks a utilizada este recurso.
Com testes ao longo de 2018, está sendo utilizada, a partir deste ano, no início do processo de montagem inferior da cabina para manutenção preventiva. Os óculos de realidade aumentada possibilitam visualizar imagens com parâmetros e informações dos sensores de um determinado equipamento ou do processo produtivo. Permite ao operador ou inspetor que atue de forma rápida e com as mãos livres, tendo o suporte de áudio, vídeo e outros documentos que auxiliam o processo de manutenção, garantindo redução no tempo de atendimento e qualidade na execução da tarefa.
O robô colaborativo trabalha em sintonia com os operadores, aliviando esforços em atividades repetitivas, contribuindo para maior assertividade. Na Mercedes-Benz do Brasil, o primeiro robô colaborativo atua na montagem da chave geral do caminhão.
De braço duplo e mãos flexíveis, o robô colaborativo manuseia qualquer objeto, com precisão. Graças a seu design compacto e ao controle preciso, não exige barreiras, gaiolas ou grades para utilização, nem zonas restritas de uso, garantindo a segurança dos colaboradores e das pessoas à sua volta.
Agregando mais novidades à linha de cabinas, o exoesqueleto é uma evolução do posto de trabalho com foco na ergonomia, saúde ocupacional e segurança para os colaboradores. Já são mais de três meses de estudos e testes, realizados em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – Poli-USP em um laboratório montado dentro da própria empresa.
O exoesqueleto é uma estrutura de suporte ao colaborador projetada ergonomicamente para ajudar nas realizações de movimentos repetitivos. Conforme o modelo, pode diminuir esforços nos ombros, coluna, quadril e pernas. Não aumenta a força do colaborador, mas reduz a fadiga muscular e o risco de lesões.
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