Para o presidente mundial da Iveco, Pierre Lahutte, o caminhão autônomo envolve uma complexidade muito diferente em relação ao automóvel e, que no momento, trata-se de uma realidade distante. Conheça abaixo algumas das opiniões do executivo responsável por guiar o futuro dos veículos Iveco no mundo:
CAMINHÃO AUTÔNOMO
“Não acreditamos que os caminhões autônomos vão chegar antes de 10 anos. No caso do carro privado, é uma decisão individual. Se hoje você pode comprar um Tesla autônomo, a decisão de confiar nele ou não é sua, e quando tiver um acidente com vítima fatal, a responsabilidade será do dono ou condutor que decidiu utilizar o sistema proposto pela fabricante. Nos caminhões é muito mais complicado porque o condutor é um funcionário da transportadora. Então, a decisão de usar o sistema é da empresa, mas quem vai assumir a responsabilidade por um acidente? É muito mais complicado.”
VEÍCULO A GÁS
“O que vai mudar muito mais rapidamente é a substituição dos combustíveis fósseis para veículos híbridos e a gás. No caso de ônibus, em dois anos, a participação do diesel nas vendas caiu de 97% para pouco mais de 50% (na Europa).
O mesmo vem ocorrendo com os automóveis e agora começa a chegar aos caminhões. Em dois anos, triplicamos as nossas vendas de caminhões movidos a gás para mais de duas mil unidades. Já temos contratos para entrega de mais 500 caminhões a gás.”
PESADOS A GÁS E URBANOS ELÉTRICOS
“O que veremos para os próximos anos é a passagem do diesel para o gás nos caminhões pesados de longa distância. Elétricos, veremos nos ônibus e caminhões urbanos de baixa velocidade. Para longas distâncias, o veículo elétrico não faz muito sentido, pois quanto mais baterias você carrega, menos carga você leva.”
E NO BRASIL?
“Por estranho que pareça, o Brasil não tem uma política de gás. Já na Argentina é diferente. Estamos trabalhando para ver o potencial, pois na Argentina tem toda uma infraestrutura de distribuição de gás, o que falta no Brasil.”