Para concorrer com modelos a diesel, como Mercedes-Benz Sprinter 314 Street (preço de R$ 209.006) e Iveco Daily City 30-130 (R$ 191.194), a JAC Motors vai lançar o furgão 100% elétrico iEV750V por R$ 386.990.

O modelo importado da China tem capacidade volumétrica de 12,3 m³, pouco menos do que a versão teto alto do Sprinter (14 m³) e similar a do Daily (12 m³). O iEV750V é mais eficiente no transporte de cargas de maior volume e menor peso, já que, devido o alto peso das baterias, a capacidade de peso ficou comprometida.

Com PBT legal de 4.600 kg, o porte de CNH categoria C ou superior é obrigatório, o que coloca o furgão elétrico em comparação com modelos maiores, como a Sprinter 416 e Daily 55-170. Com PBT a partir de 3.501 kg, o furgão segue a mesma legislação de caminhões para restrições de circulação em centros urbanos, estradas e pagamento de pedágio quando tem o rodado duplo no eixo traseiro.

Veja comparativo:

Modelo

PBT legal

Peso vazio

Capacidade de carga em peso

JAC iEV750V

4.600 kg

3.060 kg

1.540 kg

Mercedes-Benz Sprinter 516

5.000 kg

2.660 kg

2.340 kg

Iveco Daily 55-170

4.300 kg

2.490 kg

1.810 kg

Autonomia do iEV750V pode chegar a 235 km ou até 280 km no modo ECO com ar-condicionado desligado. Fatores como aclives, peso, temperatura ambiente, velocidade, forma do motorista conduzir o veículo, trânsito podem reduzir a autonomia dos veículos elétricos em geral. Assim como ocorre com os veículos a combustão, os fabricantes apuram a autonomia em condições ideais que são muito difíceis de repetir na vida real. Obviamente que um bom motorista pode conseguir um resultado até o melhor do que o divulgado pela marca.  

Por outro lado, as vantagens econômicas do veículo elétrico a médio e longo prazo podem ser maiores. Os ganhos ambientais também, desde que a origem da energia também seja de forma sustentável, como solar ou eólica.

Assim, também, deve se levar em consideração qual a fonte de produção da energia elétrica, pois os altos custos da energia gerada de forma hidráulica ou termoelétrica e comprada das distribuidoras reduzem as vantagens dos veículos elétricos, além do fato que o País enfrenta risco de racionamento e sobretaxas para quem gasta mais.

Deve ser levar em consideração, ainda, que o desgaste de pneus em razão do veículo ser mais pesado, além componentes de suspensão e eixos. Isso é compensado a ausência de gasto com a manutenção com um motor de combustão.

A principal atenção do transportador deve ficar por conta da garantia da bateria e a vida útil dela, já que a sua substituição pode passar de 50% do valor do veículo, ou seja, quase R$ 200 mil.

BYD eT3

Outra chinesa investe no lançamento de veículos de carga no Brasil. A BYD, aos poucos, vem ganhando espaço em empresas com compromissos de sustentabilidade e, nos primeiros cinco meses de 2021 emplacou 20 unidades, um número ainda distante dos furgões a diesel (só o Citroën Jumpy vendeu 1.579 unidades no mesmo período), mas é apenas o começo.

 

 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).