A Scania está mostrando ao Brasil que, pelos próximos anos, o caminhão movido a gás será um caminho sem volta. O quanto este combustível menos poluente do que o diesel, e o gás biometano menos do que o gás natural, dependerá de infraestrutura e políticas de Estado. A Scania está fazendo a parte dela e contabiliza 50 unidades de caminhões a gás vendidos desde o lançamento, na última Fenatran, em 2019.

TransMaroni
TransMaroni encomenda 11 caminhões Scania movido a gás. Fotos: Scania

“A pandemia da Covid-19 acelerou a busca por sustentabilidade em diversos ramos da economia em todo o mundo, inclusive no Brasil. Esse cenário também impactou o setor de transporte, pois o modal rodoviário responde por grande parte da cadeia de valor das empresas que estão na dianteira da chamada recuperação verde, e nós da Scania saímos na frente ao oferecer soluções de transporte sustentáveis que apoiam estas organizações a cumprir os compromissos com a redução de emissões de gases poluentes”, afirma Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.

Roberto Barral, vice-presidente das operações comerciais da Scania no Brasil
Roberto Barral, vice-presidente das operações comerciais da Scania no Brasil

Os 50 caminhões foram comercializados para transportadoras que atendem a embarcadores de diferentes indústrias, desde cosméticos a alimentos, como L’Oréal, PepsiCo, Unilever e Carrefour. “Os embarcadores que demandam essa alternativa ao diesel têm compromissos públicos com a sustentabilidade e o transportador sai na frente ao oferecer soluções que correspondam a esta expectativa. É aí que entra a parceria com a Scania. Nós estamos liderando esta transformação e apoiamos os clientes com soluções rentáveis que contribuem com a sustentabilidade nos âmbitos econômico, ambiental e social”, diz Barral.

Os fabricantes de caminhões não acreditam em uma fonte única de energia e é preciso levar em consideração a renda per capita da população, PIB e capacidade de produzir diferentes fontes de energia, como gás natural veicular (GNV), biometano, etanol, biodiesel, eletricidade etc.

Biometano x GNV

Vale apontar que o GNV emite 20% menos CO2 do que o motor equivalente a diesel e, o biometano, reduz a emissão em mais de 95%. No entanto, sobra GNV e falta biometano que precisa ser produzido a partir do biogás, que, por sua vez, pode ser produzido com diversos tipos de resíduos. O biometano traz muitas vantagens sobre o GNV, mas é necessário investimentos, uma oportunidade para empresários com visão de futuro.

TransMaroni

Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil
Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil

Uma nova venda foi fechada. “A TransMaroni comprou 11 caminhões R 410 6×2 a gás, e se tornou a transportadora a adquirir o maior lote até o momento. As conversas começaram na Fenatran e amadureceram ao longo dos meses. Trata-se de um grupo com muita visão de futuro e de ações concretas de sustentabilidade”, acrescenta Silvio Munhoz, diretor de vendas de soluções da Scania no Brasil. “Vale a pena reforçar que a empresa que comprou o maior volume ainda é a PepsiCo, com 18 unidades do G 340 4×2, que terão rotas por todo o país”, conta.

Já a RN Express, que encomendou o primeiro modelo na abertura das vendas na Fenatran, comprou mais seis desde então. A RN recebeu duas unidades em maio (na entrega pioneira no Brasil) e ao comprovar o desempenho do produto pediu mais cinco unidades, sendo duas também já recebidas. No total, as sete carretas transportarão produtos da L’Oréal, Nestlé e da Nespresso.

Quem também já obteve mais caminhões sustentáveis foi a Jomed LOG. A empresa, que recebeu junto com a RN suas duas primeiras unidades do mercado nacional, em maio, encomendou mais três após registrar os resultados na operação de transferência de itens da L’Oréal.

A L’Oréal inspirou outras duas transportadoras que prestam serviço para a marca francesa de cosméticos, a CCL (acaba de fechar um caminhão a gás – P 340 4×2) e a Coopercarga (SC), com uma unidade do R 410 6×2. A Unilever terá três caminhões mais sustentáveis levando sua carga. As aquisições foram pelas transportadoras Transtassi (dois R 410 6X2) e Carsten (um R 410 6X2). A conta dos 50 caminhões movidos a GNV e/ou biometano fecha com a venda já anunciada de um modelo ao Grupo Charrua (RS), e de outras três que ainda não autorizaram a divulgação do negócio.

Também foi a inspiração para atender à crescente demanda de transporte mais sustentável pedida pelos embarcadores que atende um dos motivos decisivos que levaram a TransMaroni a investir na tecnologia da Scania, mesmo em tempos de pandemia.

Carrefour e JBS

Gustavo Maroni
Gustavo Maroni, diretor da TransMaroni

Do lote de 11 da TransMaroni, dois modelos foram entregues e já estão em operação. Um no transporte de carne para a JBS e o outro na entrega de produtos do Centro de Distribuição do Carrefour, em São Paulo, para as lojas do grupo. Quando todos estiverem entregues outros embarcadores entrarão no sistema mais sustentável, dentre eles a Unilever.

Para o diretor da TransMaroni, Gustavo Maroni, a pandemia só intensificou aquele que já era o objetivo da TransMaroni: trabalhar por um mundo mais limpo. “Com a pandemia, sobrou mais tempo para pensar. Já tínhamos o foco na sustentabilidade há um tempo e agora chegou à vontade de fazer a diferença”, revela.w

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).