Em ano de Fenatran, todas as atenções se voltam aos produtos expostos na maior feira do transporte rodoviário de cargas da América Latina, bem como no volume de negócios com potencial para serem concretizados em 2018.
No segmento de implementos, representado pela Anfir (Associação Nacional de Implementos Rodoviários), a euforia não é diferente. Mesmo registrando menor número de emplacamentos de janeiro a agosto de 2017 em relação ao mesmo período de 2016, para a entidade, a tendência é de retomada gradual dos negócios.
No mercado dos pesados, por exemplo, em oito meses, a indústria entregou 36.505 unidades ao mercado ante 42.629 produtos no mesmo período do ano passado. Isso representa queda de 14,37%. Por outro lado, seis segmentos do setor de reboques e semirreboques, que registrou retração de 8,14% de janeiro a agosto de 2017 (15.290 produtos ante 16.645 no mesmo período de 2016) apresentaram variação positiva, o que demonstra a lenta retomada nas vendas citada pela Anfir. Além disso, outros dois segmentos estão próximos a se tornarem variáveis positivas: basculante e dolly.
Segundo o presidente da Anfir, Alcides Braga, o mercado de implementos continua a ser um dos muitos termômetros da atividade econômica brasileira, e mantém o discurso de que o BNDES poderia fazer mais para destravar os negócios do setor.
“É preciso a criação de um cenário mais favorável de acesso ao crédito. Dinheiro para emprestar existe, mas as condições para se tomar os recursos não são favoráveis à indústria. O ritmo dos negócios poderia estar mais elevado se houvesse uma política de incentivo para a recuperação da economia. É nesses momentos que a ação do BNDES dando suporte à indústria seria decisiva para o País”, afirma Braga.
A associação apurou também que os números apresentados se traduzem no acumulado de perdas de dois terços do mercado apurado há três anos. Em carrocerias sobre chassis, por exemplo, que apresentou queda de 18,35% (36.505 produtos contra 42.629 no mesmo período de 2016) reflete em perdas acumuladas há dois anos. Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir, falou sobre o mercado: “O recuo de 2016 sobre 2015 foi de 29,8%, porém 2015 já apresentara uma queda sobre 2014 de 44,6%”.
Motivada pela Fenatran, a Anfir aposta que o segmento de implementos poderá crescer até 5% neste ano. No entanto, até julho de 2017, a entidade esperava crescimento de 10% nas vendas.