O chassi cabine Kia Bongo K2500, apesar de ser o único veículo de carga da marca sul-coreana à venda no Brasil, o modelo sempre teve lugar de destaque no portfólio da empresa. Ele já foi o segundo da marca mais vendido, perdendo apenas para o SUV Kia Sportage.
Motivos há de sobra para que a demanda pelos pequenos caminhões cresça nos centros urbanos, cada vez mais populosos, o que faz crescer o consumo de mercadoras. Para se ter uma ideia, no ano em que o mercado de caminhões estava aquecido, foram vendidos 4.093 Bongo nos cinco primeiros meses de 2011. No ano interior, foram 10.406 veículos.
Porém, a crise econômica e política brasileira iniciada em 2014 atingiu fortemente a necessidade por transportes e, consequentemente, prejudicou a produção do Bongo e a produção foi interrompida durante o ano 2016. O motivo? Os estoques acumularam e uma medida emergencial teve que ser tomada. Para ficar no período de comparação de janeiro a maio, as vendas em 2016 caíram para 521 unidades, uma queda de 87,27%.
Agora, em 2017, apostando na retomada da economia, a produção do Kia Bongo foi retomada já como modelo 2018 (o que garante maior valor de revenda) e a TRANSPORTE MUNDIAL foi até a montadora Nordex para conhecer a linha de montagem do Bongo. De janeiro a maio deste ano foram emplacadas 530 unidades do momento, com tímido crescimento de 1,73%.
Não há expectativas que os números de vendas voltem ao de 2011, mas a empresa espera vender cerca de 2 mil unidades por ano, talvez, a partir de 2018, já que este ano a economia continua estagnada.
A linha de montagem do Bongo
A produção do Bongo é terceirizada para a Nordex desde 2010. A Nordex é uma montadora que trabalha ou trabalhou para grandes marcas, como Citroën, Renault, Peugeot, entre outras. Segundo o gerente geral, Gonzalo Zeballos, trabalhar com sul-coreanos tem sido uma experiente bastante positiva e que trouxe diversas melhorias nos processos produtivos, o que resulta em veículos de melhor qualidade. “A qualidade das pessoas que chegam também ajuda na montagem pelos funcionários da Nordex”, acrescenta.
João Pessoa, diretor de operação industrial e peças da Kia Motors do Brasil, explica que projeto do Bongo para o Mercosul já amadureceu bastante nesses últimos anos e já conta com 60% das peças (em valores) fabricadas no Brasil, Argentina e Uruguai. Nesse percentual conta também com os gastos de mão de obra. Os 40% restante dos componentes são importados da Coreia do Sul, que são praticamente o trem de força (motor e transmissões), estampados para montagem da carroceria e painel de instrumentos.
Atualmente o Kia Bongo é o veículo que teve mais unidades produzidas no Uruguai, com 21 mil veículos, seguido do Renault Express, com 20 mil e Renault Twingo, 17 mil, informa Zeballos.