A FPT Industrial, segundo maior fabricante de motores diesel da América Latina e fornecedor para marcas como Iveco, Fiat, Ford, Hyundai, Case e New Holland, entre outras, apresenta o seu novo presidente para América Latina. Trata-se do executivo Marco Aurélio Rangel, que assume o cargo no lugar de José Luís Gonçalves. Este deixou a empresa para assumir nova função em uma fabricante de tratores.
Com 23 anos de experiência na Cummins, tendo acumulado experiências em diversas áreas da fabricante de motores americana, Rangel tem a missão de aumentar a presença da marca FPT em empresas de fora da holding CNH Industrial (Iveco, Case e New Holland) e da Fiat Chrysler Automobiles, para qual fornece os motores da família Fiat Ducato, Citroën Jumper e Peugeot Boxer. No mundo, 50% da produção de motores pela FPT já vão para fabricantes de fora do grupo. Na América Latina, 80% do fornecimento da FPT vão para empresas do grupo.
Além de propulsores para caminhões, ônibus, furgões, tratores e máquinas agrícolas e de construção, a FPT produz motores para aplicações em geradores de energia elétrica e uso marítimo. São motores que vão de 2,3 litros (127 cv) a 20 litros (800 cv).
Além da missão de desenvolver novas aplicações para os motores FPT e desenvolver uma rede independente de assistência técnica, Ranger dará continuidade dos trabalhos iniciados pela gestão anterior para superar a atual crise econômica que o Brasil passa com o menor impacto possível. “Ainda não vemos sinais positivos de quando essa crise vai passar. Projetamos para este ano uma queda de 10% na produção de motores em geral, mas no segmento mais importante, o de caminhões pesados, essa queda chega a 69%”, comentou. A FPT produziu 60 mil motores no Brasil em 2014 e deve fechar este ano com 54 mil motores. Desse total, 60% são motores para veículos comerciais, 25% para o setor agrícola e o restante divide-se nas áreas de energia, construção e marítima. A capacidade da fábrica brasileira é para 70 mil unidades. Na América Latina, a empresa conta também com uma fábrica em Córdoba, na Argentina, que produziu 40 mil motores em 2014.
Graças à má gestão do setor de água e energia no Brasil, as vendas de motores para geradores cresceu bastante, substituindo a queda em outras segmentos. Porém, em razão as últimas chuvas, e do esquecimento da mídia sobre o risco de falta de água e energia no país, as vendas desse tipo de equipamento apresenta uma cerca acomodação.
Para um futuro próximo, a FPT aposta na produção de motores movidos à gás, principalmente, a biometano. Segundo o executivo, os países vizinhos estão com as políticas por demanda de ônibus menos poluentes e movidos por fontes renováveis em um nível mais avançado do que o Brasil e a empresa já conta com o seu motor homologado para o uso do gás biometano. “Acreditamos mais na tecnologia biometano do que a do etanol para veículos comerciais”, acrescentou. Para veículos pesados, os motores a etanol apresentam custos elevados e curva de torque desfavoráveis.
Marco Rangel, natural de Santos (SP), 45, é formado em engenharia mecânica pela FEI, com pós-graduação em marketing pela ESPM e especialização em comércio exterior, além de possuir mestrado (MBA Internacional) pela Kelly School of Business – Indiana University – USA.