Faltam 3 milhões de caminhoneiros no mundo, aponta pesquisa

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Depois de uma pesquisa realizada com 4,7 mil empresas de 36 países, a União Internacional dos Transportes Rodoviários (IRU) publicou em seu relatório anual que no mundo há um déficit de 3 milhões de motoristas de caminhão.

Apesar de nos Estados Unidos e na Europa a situação em 2023 esteja melhor do que anos passados, ainda há escassez de caminhoneiros.

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Conforme a entidade, a razão por tamanho pela baixa de profissionais se deve a vários fatores. Nesse sentido, os salários ainda são baixos, frente à responsabilidade da profissão. Ademais, a inflação no transporte também impede a renovação de motoristas autônomos ou pequenos empresários do transporte.

Todavia, as mudanças demográficas também são motivo de preocupação. Apenas 12% dos condutores em todo o mundo têm menos de 25 anos. Na Europa o número cai para 5%. Na China são 17%, enquanto que no Uzbequistão 25% têm menos de 25 anos. 

Ou seja, o que significa que ainda é muito pequena a quantidade de condutores mais jovens frente aos mais velhos. Portanto, ainda há dificuldade de renovação desses profissionais. Nesse sentido, o número de mulheres caminhoneiras permanece na casa de um dígito em todo o setor de transportes.

O fato de em alguns países a idade mínima para se tornar condutor ser entre os 21 e os 26 anos também agrava a situação. Tal como os custos de formação, por vezes elevados. 

Dessa forma, para a IRU, os governos deveriam facilitar o acesso à profissão. O que significa reduzir a idade mínima para conduzir caminhão. Do mesmo modo, subsidiar o custo da qualificação.

O futuro da profissão pode piorar

Conforme a entidade, em 2028 poderá haver escassez de mais de 7 milhões de caminhoneiros em todo o mundo. Sendo quase 5 milhões desse montante na China. E cerca de 750 mil na Europa, bem como 200 mil na Turquia.

Com isso, as consequências são de as empresas não conseguirem expandir suas atividades. Do mesmo modo, os clientes vão migrar para outros modais de transporte. Isso nos países que têm infraestrutura e capacidade de desenvolver outros modais de transporte.

“Não podemos permitir que a escassez de motoristas piore. Governos e autoridades do setor devem intensificar os seus esforços para melhorar as condições de trabalho, bem como o acesso à profissão”, diz o secretário-geral da IRU, Umberto de Pretto.