Consciente da responsabilidade social, segurança e meio ambiente (ESG), mais a qualidade, a Scania Brasil investiu no mais importante: qualidade em vez de quantidade. A fabricante sueca renova linha de ônibus da marca para atender as novas normas do Proconve P8 (Euro 6) com maior foco nas transportadoras de passageiros nos segmentos rodoviários e fretamento, do que no que transporte urbano. 

A fabricante sueca apresentou sua nova geração de ônibus com mais tecnologia eletrônica e motores mais modernos e econômicos. Diferentemente da matriz, na Suécia a Scania América Latina precisa ser mais flexível na América do Sul e aperfeiçoar os motores a combustão para serem mais econômicos e menos poluentes. Na Europa, as soluções de mobilidade menos poluente (elétrica e a gás) são realidades economicamente inviáveis para países com baixa renda per capita. Segundo o IBGE, a renda per capita (salário médio mensal do brasileiro) é de R$ 1.353. Na Suécia, a renda per capita é equivalente a R$ 18.194. É importante considerar que a conversão da moeda não é a forma mais justa para comparação, mas indica um diferencial gigantesco apenas se formos comparar o poder de compra de supermercado de cada país. E mesmo com renda per capita alta, os suecos não sustentam uma cidade como Brasília, pois lá, os políticos lá são voluntários, não vivem de salários pagos pelos contribuintes. Entender isso é fundamental para compreender porque não é possível ter ônibus elétrico no Brasil no momento ou qualquer outra tecnologia mais moderna.

Isso fica claro porque é difícil produzir e vender ônibus elétricos no Brasil. Então, focaremos em entender o que a Scania fez de melhor no contexto brasileiro. Simplesmente a lançou a melhor geração de ônibus no Brasil e na América do Sul. Que a concorrência corra atrás.

Mais economia

O que há de melhor poderá ser comprado por empresas do transporte rodoviário de passageiros, turismo e fretamento. Os engenheiros e colaboradores se esforçaram ao máximo para que a nova geração de ônibus seja até 8% mais econômica e com uma solução tecnológica para atender às normas Proconve P8 que seja mais eficiente e econômica.

“Os motores da nova geração de ônibus atendem a norma Proconve P-8 de emissões, além disso, eles apresentam melhor desempenho com outro importante benefício, sendo a redução do custo operacional, com um consumo de combustível otimizado, menor”, destaca André Oliveira, gerente de Ônibus para América Latina em Sales & Marketing.

Os novos modelos estarão disponíveis numa vasta gama de trens de força e vão proporcionar até 8% de economia de combustível em ônibus rodoviários – sendo 7% do motor XPI Euro 6 e 1% da caixa automatizada Scania Opticruise –, e de até 10% nos urbanos, 7% do motor XPI Euro 6 e 3% da caixa automática ZF EcoLife 2. Além de baixos níveis de emissões e de ruídos”, diz Celso Mendonça, gerente de Vendas de Soluções de Mobilidade. 

As principais novidades da Scania Brasil

As principais novidades são: motores com sistema de injeção múltipla XPI já aprovada nos caminhões Scania, troca de marchas 45% mais rápidas com atualização da caixa automatizada, evolução do sistema de segurança ADAS e novos sensores (alertas de ponto cego e de pedestres), e a caixa ZF EcoLife 2 para ônibus urbano, além do novo eixo traseiro direcional do urbano de 15 metros com sistema eletro-hidráulico, mais o rodoviário 8×2 com 500 cv e área do motorista redesenhada e aprimorada (painel, volante e pedais). 

A nova geração de chassis apresentada pela Scania Brasil, com vendas nos próximos meses e entregas em 2023, conta com configurações de rodas 4×2, 6×2 e 8×2 (linha rodoviária) e 4×2, 6×2*4 e 6×2/2 (linha urbana). As motorizações, que podem ser abastecidas com diesel, HVO (ainda não existe disponível no Brasil) ou biodiesel, são de 9 e 13 litros, de 5 e 6 cilindros, trazem novas potências de 320, 370, 410, 450 e 500 cavalos (rodoviários) e de 280 e 320 cv, para os urbanos. Também há as opções de 280 cv e agora de 340 cv (antes era de 320 cv) nas versões movidas a gás (de origem combustível fóssil e/ou biometano). Os torques variam de 1.350 Nm a 2.550 Nm.

Para viabilizar os ônibus a gás não são necessárias alterações significativas nos projetos das carrocerias. As instalações dos cilindros de gás podem ser feitas entre as longarinas do chassi (abaixo do assoalho) ou sobre o teto. Caso seja necessária uma autonomia maior, é possível avaliar a colocação de mais cilindros. A Scania Brasil tem sido pioneira no esforço de fazer o projeto ser viável economicamente, já que ônibus a gás, por si só, outros fabricantes já tentaram. 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).