Duas empresas, dois projetos sustentáveis exemplares. Coopercarga e JadLog, vencedoras do Prêmio Transporte Responsável 2014, promovido pela revista TRANSPORTE MUNDIAL em parceria com a Fabet (Fundação Adopho Bósio de Educação no Transporte), revelam como a adoção de políticas de preservação ambiental fazem a diferença na operação, em tempos de secura das principais reservas hídricas do país.
Para Osni Roman, presidente da Coopercarga, a empresa buscava um meio de minimizar o impacto de suas atividades sobre os recursos naturais. “Fomos a campo buscar uma forma de reduzir o consumo de água na lavagem da nossa frota, bem antes de a falta de água ser tão impactante no país”, relata o executivo.
O resultado se revelou uma importante forma de economizar para a empresa e ao mesmo tempo racionar o uso de água na limpeza dos 1.900 veículos da frota, bem como de outros equipamentos. Foi assim que surgiu o método de “lavagem a seco” na empresa, um método de higienização politicamente correto, isento de água. O início da operação ocorreu na unidade de São Cristóvão (RJ) e agora já está sendo implementada nas outras filiais no Brasil e Mercosul.
A lavagem a seco abrange os veículos pesados (cavalos e carretas), a maior parte, semipesados (truques e tocos), bem como a frota leve (VUCs) e carros de apoio da operação (passeio). Os veículos passam por limpeza e higienização completas semanais que consistem na aplicação do produto biodegradável e não abrasivo – uma espécie de xampu – e depois um pano para a retirada da sujeira.
O método reduziu quase que totalmente o uso da água. Roman reconhece a importância da iniciativa para o meio ambiente e também para as finanças da empresa. Segundo ele, cada #homecarro de passeio consome cerca de 320 litros de água na lavação, volume que corresponde ao consumo diário de uma família de quatro pessoas. E a conta não para aí.
A proporção de consumo de água entre a lavagem convencional e o método a seco é de 1.000 litros para seis. No início da operação, 80 veículos serviram de base para calcular os volumes comparativos gastos.
Na lavagem convencional o consumo mensal é de 80.000 litros contra 480 litros no método a seco. “Além disso, temos que computar a infraestrutura utilizada, como baias próprias e rampas para fazer a lavação com água, além de investir em tanques mais produtos para água de reuso. Já o sistema a seco não exige nada além de mão-deobra”, diz. ‘Até aqui já economizamos 1.113.280 litros de água”, completa Roman.
LAVA-RÁPIDO ECOLÓGICO
Na JadLog, empresa especializada no transporte de carga fracionada, a experiência de tratamento de água para reuso faz parte da política de cuidado ambiental que a empresa mantém com entusiasmo. O coordenador da frota da empresa, Ivan Vieira, conta que 80 veículos entre caminhões pesados, truques e tocos, mais os 30 furgões são limpos com água tratada em um lava rápido diferente.
Instalado na sede da empresa na capital paulista, o lava rápido integra uma estação de tratamento que comporta dois tanques: um de 15 mil litros para decantação e um de 20 mil para armazenamento de água limpa, tanto tratada quanto captada das chuvas. No local, toda a água utilizada na área de lavagem é coletada e transferida para o tanque onde passa pelo processo de decantação.
Isso é feito com pastilhas biodegradáveis efervescentes, na proporção de um quilo para 200 litros de água. “Esse produto, inofensivo ao meio ambiente, age sobre os resíduos de óleos, graxas e outras impurezas oriundas da limpeza da frota. O tratamento leva ao todo três horas. A borra resultante é transportada para aterros credenciados”, explica Vieira.
A etapa da lavagem dos veículos em si é feita com auxílio de compressores que transferem alta pressão à água, permitindo a retirada de todo tipo de resíduo.
“O sistema completo evita desperdícios e torna a lavagem mais eficiente. As calhas instaladas no teto do local coletam a água das chuvas, um reaproveitamento ainda mais completo. A Jadlog economiza por volta de 85% de água em sua conta mensal de cerca de 200 mil litros de água, uma redução em torno de R$ 10 mil mensais na conta de água”, revela Vieira.