Há tempos observamos que o embarcador é quem pode puxar a qualidade do transporte rodoviário de carga para o nível mais alto nos quesitos segurança e sustentabilidade. Os melhores exemplos são da Ambev e da Raízen, mas há muitos outros. Agora, a Danone chega a este clube de transporte responsável. A empresa multinacional de alimentos e bebidas, bastante conhecida pelo, seus lácteos, começa incentivar o investimento em caminhões de distribuição elétricos. 

O passo inicial não chega a ser como o da Ambev, que já conta com 100 caminhões urbanos elétricos e planeja chegar a 1.600 unidades até 2023, mas é um passo inicial. Atualmente, cerca de 700 caminhões atendem a distribuição da Danone em todo o Brasil, prestando serviços de transporte prestados por 175 transportadoras. No momento, começam a operar dois caminhões leves elétrico com emissão zero local de poluentes, ou seja, só quando o caminhão, após pronto, se for abastecido com energia de origem não poluente. Dentro dessa definição, desconsiderando a poluição inevitável para a sua produção, ele emite zero CO2, enquanto um modelo a diesel similar emite 30 toneladas de CO2/ano. Os dois caminhões foram adquiridos em parceria com o fornecedor Manlog Transportes, que já tem uma atuação com transporte de possível experiência, com outros embarcadores, e para o atendimento de distribuição da Danone de Guarulhos (SP) e Jundiaí (SP). 

Descarbonização

“Cuidar da saúde do planeta está no nosso DNA. Por isso, estamos muito felizes em avançarmos em mais uma frente de descarbonização de nossa cadeia, agregando mais inovação, tecnologia e eficiência ao nosso trabalho e, consequentemente, mais satisfação aos nossos parceiros e consumidores”, afirma o diretor de Supply Chain, Maurício Rios.

Além do impacto ambiental, o transporte em caminhões elétricos traz benefícios como a economia por quilômetro rodado – quase três vezes menor em comparação com um veículo à combustão – e a redução de ruídos, que possibilita a realização de entregas noturnas. Porém, ainda é preciso avaliar outros aspectos de desempenho, para garantir a autonomia das frotas, como o tempo de manutenção dos automóveis e a durabilidade das baterias.

“Optamos por investir em um projeto piloto neste momento, para avaliar a performance dos caminhões. Até o final do semestre, teremos dados conclusivos sobre a eficiência dos veículos e, então, poderemos definir uma estratégia mais ampla e certeira para todo o Brasil”, reforça Rios.

A Danone afirma que está comprometida a atingir zero emissões em toda a sua cadeia de valor até 2050 e estabeleceu metas de redução para 2030, que foram aprovadas pela iniciativa Science Based Targets (objetivo baseado na ciência para a redução de emissões de poluentes causadores do efeito estufa), por estarem em linha com o que é necessário para limitar o aquecimento global a 2°C. Reconhecida por sua liderança na luta contra as mudanças climáticas, a Danone ainda investirá € 2 bilhões de euros nos próximos três anos para combater o problema, além de ser membra fundadora da iniciativa Transform to Net Zero (Uma ONG fundada pelas empresas comprometidas com a redução das emissões de poluentes).

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).