A concorrência tentou, mas fracassou. O Fiat Fiorino é único na sua categoria de furgão compacto. Ele tem uma história com o brasileiro desde os anos 1980, quando foi criado pela engenharia de Betim a partir do Fiat 147. Não que a concorrência tentou com modelos com maior espaço no baú, motor mais potente ou com mais espaço e equipamentos para o condutor. Mas faltou a história, a força e a rede de concessionárias que Fiat tem e as francesas ainda não têm. São condições para garantir um maior valor de revenda, bastante valorizado pelo cliente.

 Com a linha 2022, tema deste artigo, a entrada de novos concorrentes ficou mais difícil ainda. O novo Fiorino tem novidades que começam pelo design que pode ser visto nas fotos. 

Interior renovado

O interior foi reformulado com saídas de ar-condicionado retangulares. O novo cluster inclui computador de bordo com seis funções, conta-giros e hodômetro parcial digital. Com regulagem de altura de série, o volante agora adota o Logo Script. O habitáculo recebeu tons escurecidos e mais 4 porta-objetos, totalizando 13 compartimentos, que somam 18,3 litros — 10% mais volume que o modelo anterior. Entre eles está o espaço para máquina de cartão na porta, além da área acima do porta-luvas iluminado e nos novos painéis de portas.

A Fiorino 2022 vem de fábrica com direção hidráulica, ar-condicionado (quem imagina isso há poucos anos), banco do motorista com regulagem de altura, vidros e travas elétricas, chave com telecomando, predisposição para som, protetor de cárter, alarme e faróis de neblina, essenciais em situação de baixa visibilidade. 

Sobre o ar-condicionado, vale ressaltar estudos disponíveis no Google Acadêmico sobre o quanto o calor mais alto no ambiente de trabalho interfere na eficiência de raciocínio de uma pessoa, portanto, o quanto o ar-condicionado é importante em veículos de trabalho. E neste quesito, a Fiat caprichou no novo ar-condicionado, agora recalibrado, capaz de resfriar o interior da van em até 6º C nos primeiros 15 minutos de funcionamento, o que significa um resfriamento 18% mais rápido da cabine, considerando testes de laboratórios e simulação de condições de trânsito urbano pesado.

Mais segurança

Em termos de segurança a nova Fiorino incorpora controle de tração e estabilidade (ESC) de série. O controle de estabilidade inclui também o recurso de assistente de partida em rampa (Hill Holder), um para partida em aclive ou em aclive se a partida for em ré. No quesito segurança, a visibilidade foi melhorada nos momentos de chuva com as novas palhetas tipo flat-blade que, além de realizar melhor limpeza, geram menos ruído. 

O motor 1.4, por força de lei, foi ajustado para atender às novas regras de emissões e ruído do Proconve (PL7). Ele gera até 86 cv de potência e torque de 120 Nm com etanol, combustível recomendado para as empresas que têm compromisso ambiental. Para se ter ideia, a Nestlé ordenou que os 1.700 veículos flex da frota sejam abastecidos com etanol. A Bayer já avisou a todos os fornecedores de transporte que terão que ter veículos movidos a energias renováveis. 

O câmbio manual de cinco marchas teve ajustes também. A 2ª e a 3ª marchas ficaram mais curtas, dando mais agilidade no trânsito urbano ao mesmo tempo em que reduzem a necessidade de trocas em retomadas e subidas. A 5ª marcha foi alongada em 5%, o que reduz a rotação do motor em velocidades de cruzeiro e, com isso, melhora o consumo e reduz o ruído na cabine.

O eixo rígido tipo ômega é um clássico de sucesso na suspensão traseira da Fiat Strada, desde sua origem. Ele também compõe a nova suspensão da nova Fiat Fiorino com mola parabólica longitudinal e passa a usar materiais de maior resistência. Essa alteração deixou o conjunto mais leve e reduziu o camber residual e a massa não suspensa, melhorando a eficiência e estabilidade.

O maior valor do Fiat Fiorino sempre foi atender as necessidades da dinâmica urbana com baixo custo de propriedade (investimento de compra + custo de operação + valor de revenda = ao que sobrou depois da revista). Isso faz do Fiorino imbatível no segmento compacto com capacidade de carga até 650 kg.

O preço de fábrica é de R$ 99.990, mas o valor final depende da capacidade de negociação entre comprador e vendedor. 

 

 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).