Nos bastidores de mercado automotivo, já era dado como fato a saída da Internacional Caminhões do Brasil, mais uma vez. No último dia 10 de novembro, a Navistar Mercosul, detentora das marcas MWM Motores Diesel e International Caminhões, divulgou uma nota que explana sobre a atual crise que impacta todos os setores da economia brasileira e conclui: “Frente a este cenário, a International Caminhões tomou a decisão de suspender temporariamente a produção de caminhões de sua marca na fábrica de Canoas, como forma de ajustar os seus estoques, mantendo inalteradas as demais atividades do negócio no Brasil. Desta forma, a International Caminhões mantém todo o suporte aos concessionários e serviços autorizados, garantindo o bom atendimento a todos os clientes da marca”.
Sempre que um fabricante de veículos paralisa a sua produção de veículos, ele divulga a nota com data do início da parada e o retorno das atividades. No caso da International, não há data de retorno. A nota, logicamente, foi redigida com os cuidados jurídicos usuais. O jornal “O Globo” publicou uma ampla reportagem sobre as tentativas da Navistar em vender a linha de montagem dos caminhões International, inicialmente para Sinotruk, depois para a Foton, porém, as negociações não foram a diante. A falta de uma comunicação mais transferente deixa margens para interpretações ou conclusões como a feita nos bastidores da indústria de transportes.
Porém, os números já dizem muitas coisas. Com a queda das vendas de caminhões reduzidas em quase 50%, a situação da empresa, que já não era fácil por causa da sua pequena participação de mercado (de 0,13% em 2014, segundo a Fenabrave), ficou mais complicada, baixando a participação para 0,09% em 2015, também segundo a Fenabrave. As vendas dos caminhões International praticamente pararam totalmente e não há fábrica ou rede de concessionária que sobreviva com uma queda de 93,8%. De janeiro a outubro de 2014, a International vendeu 936 caminhões (81 do i9800 e 855 do DuraStar, a quase totalidade para o governo por meio do PAC). No mesmo período deste ano, a empresa emplacou 12 unidades do i9800 e 46 do DuraStar.
De qualquer forma, a Navistar Mercosul continuará suas atividades no Brasil como fabricante de motores MWM em São Paulo (SP) e Canos (RS), além da unidade de Jesus Maria, na Argentina. Em fevereiro de 2016 a empresa encerrá a produção do motor diesel 2,8 litros em Canoas, restando a dúvida se está fabrica será fechada ou não. Mas, continuando no Brasil, é possível acreditar que ela mantenha um mínimo de assistência aos caminhões International.