Após quase duas décadas de promessas, o Programa de Renovação de Frota poderá, enfim, sair do papel em 2017. A afirmação foi feita pelo ministro Marcos Pereira, que comanda a pasta da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), durante a 29ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo.
Com o nome de Programa de Sustentabilidade Veicular, a primeira fase do projeto, que tem o objetivo de renovar a frota de motos, carros e veículos comerciais, deve atingir a faixa com 30 ou mais anos de uso. As demais fases, com faixas entre 25 e 10 anos, devem ser liberadas posteriormente, ainda que não haja previsão.
Na ocasião, o ministro deixou claro que o formato do programa não está fechado, além de outros aspectos, como de onde viriam os recursos utilizados, a forma de financiamento e o tamanho da frota a ser substituída; o que pode colocar em risco a vigência do programa já em 2017.
MERCADO
Se sair do papel, o Programa de Sustentabilidade Veícular pode ser o fôlego que faltava para amenizar a situação da indústria e das fabricantes de veículos comerciais, que vêm colecionando números negativos, como a queda nas vendas de 31,55% no segmento de caminhões e 32,56% dos ônibus, no acumulado entre janeiro e outubro de 2016.
METALÚRGICOS
Outro setor que espera ansiosamente pelo programa é o dos metalúrgicos, que tem se reunido frequentemente com o ministro da pasta na esperança de destravar o projeto, que é de interesse da categoria, que sofreu diversos cortes devido a crise econômica do país.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, o programa de renovação de frota poderá beneficiar até 5,2 milhões trabalhadores. “Após 18 anos de apresentarmos a proposta, acredito que finalmente a Renovação da Frota vai sair”, diz Marques. Ainda de acordo com Marques, a proposta apresentada pode favorecer os autônomos, que poderão ter acesso ao crédito que nunca chegou a eles.
MEIO AMBIENTE
Em relação ao meio ambiente, a renovação da frota pode garantir destino adequado às peças dos modelos antigos, que passarão por reciclagem ou reaproveitamente, como aço, ferro e resíduos líquidos. Além disso, o meio ambiente agradece, já que os caminhões novos contam com sistema de emissões e reaproveitamento de gases muito mais aprimorado e sofisticado do que as gerações anteriores.