As fabricantes de pneus percebem oportunidade de negócios dentro da atual crise econômica brasileira. Considerando que os brasileiros estão adiando a troca de seus veículos por medo de contrair dívidas em tempos de incertezas, a expectativa é que esses consumidores terão que aumentar os gastos com a manutenção dos atuais caminhões, comerciais leves e automóveis.
No caso dos veículos de trabalho, o gasto com pneus deve ser bem calculado, pois decisões erradas e investimentos malfeitos podem resultado em lucro menor. Com essa temática é que a Michelin acaba de renovar a sua linha de pneus Agilis, voltada para segmentos de comerciais leves, como Mercedes-Benz Sprinter e Iveco Daily.
A fabricante francesa promete que esses novos pneus duram 40% mais, apresentam economia de 2% de combustível e podem parar até sete menos graças à novas tecnologias aplicadas em sua fabricação. Segundo Flávio Santana, engenheiro de campo da Michelin, um dos fatores que contribuem para o menor consumo que a redução continua de peso. “Se compararmos com um pneu fabricado há cinco anos, o que estamos lançando é 30% mais leve”, comentou.
O Agilis chega com três medidas para aro 15 e sete medidas para aro 16. O preço desse novo pneu Michelin começa em R$ 499 e a empresa admite que ele custa entre 5% e 10% mais caro que seus principais concorrentes, mas que o retorno do investimento maior vem com a maior durabilidade. Um pneu similar da Dunlop pode ser encontrado por R$ 369. Porém, é bom pesquisar bastante pois a variação de preços de pneus vai de R$ 269 (de marcas desconhecidas) até R$ 499 (de marcas conceituadas como Pirelli, Goodyear, Continental e Michelin).
Segundo o gerente de marketing da Michelin, Anoildo Mattos, 80% do volume dos novos pneus Agilis estão sendo fabricados na unidade industrial de Itatiaia (RJ).
Uma das tecnologias aplicadas à nova linha é a Compactread. Trata-se de uma combinação de uma escultura com mais borracha e um reforço entre os blocos, que minimiza as deformações, aumentando a área de contato com o solo e a aderência. Essa tecnologia também é a responsável pela maior durabilidade.
Tecnologia para países de péssimo pavimento
Outra tecnologia aplicada a nova linha Agilis é a Maxshield, uma combinação entre cabos metálicos mais grossos (nove cabos entrelaçados em vez de quatro convencionais) e uma banda de rodagem composta por sílica (30%), proporcionando maior resistência a perfurações. Essa tecnologia encarece o custo de produção do pneu, mas é necessária em países com baixa qualidade de pavimento, como o Brasil. Na Europa esses mesmos pneus não utilizam a tecnologia Maxshield porque não precisam em razão da excelente qualidade de pavimento de ruas e estradas.
