Brasil tem suspensão pneumática 100% nacional

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A Suspensys, empresa da divisão de autopeças do conglomerado Randon, acaba de lançar no mercado a suspensão full air para como produto genuinamente brasileiro. Trata-se de uma suspensão pneumática como tantas outras, porém a novidade é a versão com quatro bolsões por eixo e a chancela de ser um desenvolvimento e produção 100% nacionais.

Hoje as suspensões usadas no mercado comumente são as de dois bolsões por eixo – com exceção de algumas marcas, como Mercedes-Benz e Volvo, que oferecem a versão com quatro bolsões por eixo, por possuírem os componentes de suas matrizes europeias – região em que o sistema já é bastante difundido. 

A vantagem de uma empresa como a Suspensys passar a oferecer esse produto é que caminhões de diversas marcas e segmentos poderão receber o componente. O primeiro exemplo é o recém-lançado Ford Cargo 1933 Tractor Torqshift 4×2, que passou a ser um cavalo mecânico de entrada a oferecer a suspensão de quatro bolsões de série. Esse tipo de equipado, em função de seus custos maiores em relação a uma suspensão metálica, não era comumente presente em caminhões de entrada. 

Segundo Bruno Bregoli Soares, gerente de desenvolvimento de produto da Suspensys, a full air oferece maior conforto para o motorista e protege a carga contra impactos, além de proporcionar melhor dirigibilidade, já que otimiza o comportamento dinâmico do caminhão.

Apesar de nesse primeiro momento a empresa ter apresentado a full air para cavalo mecânico pesado, Bruno Soares afirma que terá versões para atender caminhões de todas as categorias, inclusive os leves. “Essa suspensão vai atender a muitas aplicações, incluindo as feitas com veículos menores. Por isso seu conceito pode ser aplicado em outros segmentos”.

Operações como transporte de eletrônicos, obras de arte, tintas, frutas, bebidas, flores, vidro, eletrônicos ou eletrodomésticos são exemplos que podem se beneficiar com a full air. Aliás, já há fabricantes de tintas, como a Suvenil, que existe que todos caminhões e implementos rodoviários que vão transportar os seus produtos tenham suspensão a ar.


A Ford mesmo, decidiu colocar a full air no Cargo 1933 por ver o futuro dos cavalos mecânicos 4×2 no transporte desses tipos de cargas mais sensíveis, já que as demais cargas a preferência tem sido por caminhões 6×4. A suspensão a ar também beneficia o piso, para quem trabalha em aplicações rodoviárias, reduzindo os impactos dos caminhões. Em alguns países da Europa, por exemplo, cobra valor menor de pedágio dos caminhões equipados com suspensão pneumática. 

Outra vantagem é no acoplamento de implemento, já que a suspensão pode ser controlada para ficar na altura correta de encaixe da carreta na quinta roda. A suspensão a ar também é requisito para o uso de tecnologias mais avançadas, como controle eletrônica de estabilidade. O custo da nova suspensão não chega a 30% a mais que a suspensão de duas bolsas. Tudo depende muito da aplicação utilizada. A full air contará também com versão de dois bolsões por eixo.
 
NO MERCADO
Dois outros lançamentos da Suspensys em 2016, juntamente com a Mercedes-Benz do Brasil, foram o novo projeto de suspensões mecânicas para o novo Atego 6×2 e 8×2 (2426, 2430, 3026 e 3030) e para o novo Accelo 6×2 (1316). Este desenvolvimento focou nos diferenciais de conforto, dirigibilidade e novas tecnologias de materiais. 


As suspensões traseiras desses modelos são do tipo balancim, com molas trapezoidais e suspensor pneumático do eixo auxiliar. Esses lançamentos garantem uma importante presença da Suspensys em todas as montadoras de veículos comerciais do Brasil.