A indústria de implementos seguiu em tendência de crescimento no décimo primeiro mês de 2017. Enquanto o segmento de carroceria sobre chassis seguia negativo em 11,2%, com 31.314 emplacamentos em 2017 contra 35.263 em 2016, o de reboques e semirreboques registrou desempenho positivo de 4,48% no acumulado até novembro.

AB

Para descobrir como a entidade analisa o momento do mercado brasileiro, TRANSPORTE MUNDIAL entrevistou o presidente da Anfir, Alcides Braga. Confira:

Veja também as condições de financiamento do BNDES

TRANSPORTE MUNDIAL • O que aconteceu de melhor no setor de implementos rodoviários?
Alcides Braga • Sem dúvida, a retomada dos negócios que aconteceu por conta da própria reação da economia brasileira. Os três trimestres de crescimento consecutivos medidos pelo IBGE atestam que os negócios estão voltando, mesmo que timidamente. Para o setor, o desempenho durante a Fenatran foi o divisor de águas. As vendas de reboques e semirreboques foram de aproximadamente 2 mil unidades e de carroceria sobre chassis de 150 produtos, enquanto os fabricantes de componentes realizaram negócios da ordem de R$ 17,5 milhões.

TM • O que de melhor pode acontecer em 2018?
AB • Continuarmos nessa espiral de crescimento dos negócios.

TM • Qual lei poderia sumir e qual poderia ser aprovada em 2018 para melhorar o setor de implemento rodoviário?
AB • O setor tem um conjunto de normas adequado à nossa situação. O que precisamos mesmo são regulamentos mais amigáveis para a tomada de financiamentos. Isso implica na presença da entidade de fomento por excelência, o BNDES. Outro ponto importante é a aprovação do projeto de renovação de frota, por seu aspecto de sustentabilidade, e a entrada em vigor da inspeção veicular, o que provocaria um bom volume de negócios, não apenas em 2018, mas de forma recorrente ao longo dos anos. Poderíamos também ter incentivo para o uso da suspensão pneumática, muito mais amigável aos pavimentos, e não indicada para excesso de carga. Isso já acontece na Europa e Estados Unidos com ótimos resultados.

TM • Quais expectativas de mercado para o setor em 2018?
AB • Crescimento entre 15% e 20%.

TM • Estamos saindo da pior crise econômica. Quais lições aprendemos?
AB • Aprendemos que nenhuma crise é eterna que trabalho e determinação são fundamentais para se superar o período. É importante salientar que conquistas como o protocolo assinado com a Apex-Brasil, que abriu o mercado latino-americano para a nossa indústria; e o destaque e apoio da Reed Exhibitions Alcantara Machado na Fenatran, só foram possíveis graças a atuação presente da entidade. Assim outra lição que permanece é que somente unidos em torno da associação temos condições de abrir oportunidades de maior envergadura.