Entre as com gama completa, é mais completa (desculpe a redundância). O bom para a concorrência é que a VWCO está perto, mas os compradores precisam de mais opções

Para ter transparência com a sociedade como um todo, principalmente clientes, funcionários, fornecedores e governo, as grandes empresas sempre reúnem com a imprensa para fazer uma avaliação sobre os resultados do ano anterior e perspectivas para o ano presente. O ano de 2020 já foi e todos nós sabemos como foi, então vamos focar no presente e futuro. As informações ficam públicas e precisam ter coerência com as informadas aos públicos já citados, principalmente, clientes. Na manhã do dia 24 de fevereiro foi a Mercedes-Benz do Brasil quem fez a coletiva de imprensa, por causa da pandemia, de forma virtual. Vamos conhecer os principais pontos pontos apresentados e ao que interessa ao transportador :

  1. Entre as com gama completa, é mais completa (desculpe a redundância). O bom para a concorrência é que a VWCO está perto, mas os compradores precisam de mais opções

    A Mercedes-Benz vai manter todos os investimentos já anunciados (R$ 2,4 bilhões para o período 2018-2022) e está colocando muita esperança de que a vacinação possa colocar o rumo da economia de volta ao crescimento, como era esperado antes do início da pandemia, disse Karl Deppen, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO da América Latina. O Brasil é o maior mercado da marca no mundo e vai fazer 65 anos de história.
  2. Com certeza Karl Deppen está tendo o maior desafio na vida: pandemia, polarização política no Brasil, problemas com fornecedores na área de peças de eletrônica, e um antecessor que foi o melhor presidente da MBB ao final do mandato, se não, de todas as marcas. Na última coletiva, Karl já teve um entendimento sobre o Brasil muito melhor, e muito melhor mesmo, do que na primeira, mesmo que ainda tendo que falar em inglês. Passou confiança!

    Dos R$ 2,4 bilhões aportados em 2018, R$ 1,670 bilhão já foi gasto. Ou seja, ainda há R$ 730 milhões para investir este ano e em 2022, lembrando parte deve ir para a homologação dos veículos Proconve P8 (Euro 6). Segundo a empresa, os R$ 1,670 milhão foram gastos nos seguintes investimentos: R$ 100 milhões na segunda fase da fábrica 4.0 para produção da cabine do novo Actros, inclusive, agora internacional; R$ 100 milhões também da nova linha de produção 4.0 de ônibus (N.E. 4.0 é sinônimo de linha de montagem que usa as novas tecnologias iguais a do seu smartphone); e R$ 1,4 bilhão foram gastos no desenvolvimento e produção do novo Actros (N.E.: dinheiro bem gasto). Ainda há R$ 70 milhões em conjunto com a Bosch na construção do Centro de Testes Veiculares em Iracemápolis (SP). Este último investimento não foi bem esclarecido, e talvez, seja difícil de esclarecer em 2021, talvez no futuro, assim, como a fábrica de Juiz de Fora (MG) que até hoje ninguém sabe qual será o futuro.
  3. Roberto Leoncini
    Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz do Brasil

    “2021 ainda será um ano de muitas emoções”, comentou o vice-presidente de caminhões e ônibus da empresa, Roberto Leoncini. Emoções pode ser entendi como desafios.
  4. Mesmo que temporário, a fabricante do Grupo Daimler contrata 400 funcionários e mais 500 aprendizes do Senai, como forma de garantir mão de obra para o futuro. Muitos podem ser efetivados.
  5. Este ano a Mercedes-Benz do Brasil dará continuidade à modernização das linhas de sistemas (câmbio, motor e eixos) em São Bernardo do Campo (SP), também seguindo os conceitos da Indústria 4.0, além do desenvolvimento de novos produtos e serviços de conectividade até 2022.
  6. “É importante destacar que também lideramos as vendas de caminhões no concorrido segmento de extrapesados em 2020, já repetindo esse feito agora em janeiro”, afirma Roberto Leoncini. “No ano passado, foram emplacados 13.195 extrapesados da marca, o que resultou em 28,5% de market share. Em janeiro, o volume foi de 1.127 caminhões, com 30,9% de participação”. A mudança de postura da Mercedes-Benz nos últimos anos a colocou em evidência e no nível das suecas que dominavam os caminhões extrapesados. Vale destaque que não há entra as marcas uma concordância entre elas sobre as diferenças entre um caminhão pesado e um extrapesado. Não existe um número objetivo apoiado pela Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores), nem pelo Código Nacional de Trânsito, Detran ou Contran. É uma definição de marketing, porém, podemos entender que o caminhão é o de entrada e o extrapesado é o premium. Mas, cada um, pode entender quer ou desejar, como disse o economista, mago do marketing, professor das mais respeitadas universidades de marketing dos Estados Unidos, Philip Kotler.
  7. Segundo Leoncini, mesmo na pandemia, o setor de transporte de carga não parou. “Temos que reconhecer o comprometimento dos motoristas, autônomos e transportadores. Eles seguem assegurando o abastecimento de alimentos, medicamentos e insumos, assim como a entrega dos mais variados produtos da economia brasileira. É o que acontece, por exemplo, com as demandas crescentes do agronegócio, como o transporte de grãos e de cana-de-açúcar, e de setores como a mineração, celulose, químicos e gás, alimentos, bebidas, produtos farmacêuticos, locação e o crescente mercado de e-commerce, que, aliás, ganhou grande impulso na quarentena”.

A evolução do mote “As estradas falam e a Mercedes-Benz vou”

Escutar o cliente, sair da sala confortável e ir a onde o cliente trabalha foi o que fez a Mercedes-Benz ser diferente hoje do que foi no passado. O mote antes era “As estradas falam e a Mercedes-Benz escuta”. Obviamente que não é possível atender todos os pedidos, como ter uma cabine como as americanas e com banheiro interno, pois isso depende mais do Congresso Nacional (legislativo) do que do fabricante. Mas ouvir é importante, mas para explicar que o pedido não possível ser atendido por outras razões.

Para 2021, a Mercedes-Benz evoluiu o mote dela: “As estradas falam e a Mercedes-Benz ouve cada voz”.

Roberto Leoncini ressalta ainda que a empresa acredita no poder de escutar as dores e soluções dos próprios clientes e é por isso que, desde 2015, adotou o slogan ‘As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve’. “Queríamos nos aproximar de quem realmente importa para nós, que são nossos clientes, os caminhoneiros autônomos, frotistas e motoristas de transportadoras de todo o Brasil. Precisávamos mudar a nossa postura e, de forma mais humanizada, estar mais próximo deles e da sua realidade. E conseguimos. Tanto que ao longo dos anos, vimos o nosso slogan ganhar a boca do caminhoneiro. Em 2019, decidimos dar mais um passo nessa aproximação. Percebemos que precisávamos escutar ainda mais e melhor as necessidades específicas de cada região. E foi assim que o nosso slogan evoluiu para: “As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve e entende os sotaques”.

 

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Marcos Villela
Jornalista técnico e repórter especial no site e na revista Transporte Mundial. Além de caminhões, é apaixonado por motocicletas e economia! Foi coordenador de comunicação na TV Globo, assessor de imprensa na então Fiat Automóveis, hoje FCA, e editor-adjunto do Caderno de Veículos do Jornal Hoje Em Dia e O Debate, ambos de Belo Horizonte (MG).